Denúncias derrubam mais um ministro do governo
A presidente Dilma Rousseff foi quem deu o argumento que faltava para que Alfredo Nascimento tomasse a iniciativa de se demitir da pasta, ontem (6), facilitando a vida do Palácio do Planalto para concluir a operação de troca de comando no Ministério dos Transportes iniciada no fim de semana com a saída de quatro subordinados do ministro. Quando Nascimento soube que a presidente convocou um técnico para discutir com ela assuntos da pasta, percebeu que estava na cadeira, mas que já deixara de ser o ministro de fato e entregou a sua carta de demissão.
Dilma convocou o secretário executivo dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para uma reunião, no Palácio do Planalto, na qual o assunto em discussão era a malha ferroviária. Enquanto seu subordinado se reunia com a presidente, Nascimento foi para a sede do PR redigir o texto que seria entregue ao chefe de gabinete da presidente, Giles Azevedo, pelo chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Wilson Wolter.
Nascimento estava na sede do partido, localizada em um prédio comercial na Asa Norte de Brasília, com o deputado Valdemar Costa Neto (SP), secretário-geral do PR, e apontado como um dos comandantes do suposto esquema de cobrança de propina em contratos do ministério.
A situação do ministro já se mostrava bastante delicada pela manhã. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pediu uma reunião com o comando da bancada do PR na Câmara. O pedido inesperado de Ideli fez o líder, Lincoln Portela (MG), improvisar um almoço em sua casa com parte da bancada e a ministra.
No encontro, Ideli sugeriu que Alfredo Nascimento antecipasse para hoje a sua ida ao Senado para explicar as denúncias de suposto esquema de corrupção no ministério. O acerto anterior feito com o próprio Nascimento era para que os depoimentos, tanto na Câmara quanto no Senado, fossem na semana que vem. A pressa do Palácio do Planalto foi motivada pela divulgação de novas reportagens com revelações de enriquecimento do filho do ministro, Gustavo Pereira, e da construção em Brasília de uma mansão do chefe de gabinete do ministério exonerado depois das denúncias, Mauro Barbosa.
Um emissário do PR foi levar a decisão da nova data do depoimento a Nascimento, que estava desaparecido do ministério desde a manhã. À tarde, o ministro convocou Portela e Luciano Castro (PR-RR) à sede do partido para dar com conhecimento aos deputados de sua decisão. Os senadores foram avisados quando estavam reunidos com Ideli e com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto. “As denúncias atingiram minha família. Volto ao Senado para defender a mim e a minha família”, disse Nascimento em telefonema ao líder do PR, senador Magno Malta (ES), ao avisar da carta de demissão.
“O ministro Alfredo Nascimento não merecia esse desenlace. Ele serviu ao governo do presidente Lula e apresentou resultados antes e agora no governo da presidente Dilma. Manteremos nossa aliança com a presidente e vamos trabalhar para superar a crise”, disse Luciano Castro.
Dilma convocou o secretário executivo dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para uma reunião, no Palácio do Planalto, na qual o assunto em discussão era a malha ferroviária. Enquanto seu subordinado se reunia com a presidente, Nascimento foi para a sede do PR redigir o texto que seria entregue ao chefe de gabinete da presidente, Giles Azevedo, pelo chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Wilson Wolter.
Nascimento estava na sede do partido, localizada em um prédio comercial na Asa Norte de Brasília, com o deputado Valdemar Costa Neto (SP), secretário-geral do PR, e apontado como um dos comandantes do suposto esquema de cobrança de propina em contratos do ministério.
A situação do ministro já se mostrava bastante delicada pela manhã. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pediu uma reunião com o comando da bancada do PR na Câmara. O pedido inesperado de Ideli fez o líder, Lincoln Portela (MG), improvisar um almoço em sua casa com parte da bancada e a ministra.
No encontro, Ideli sugeriu que Alfredo Nascimento antecipasse para hoje a sua ida ao Senado para explicar as denúncias de suposto esquema de corrupção no ministério. O acerto anterior feito com o próprio Nascimento era para que os depoimentos, tanto na Câmara quanto no Senado, fossem na semana que vem. A pressa do Palácio do Planalto foi motivada pela divulgação de novas reportagens com revelações de enriquecimento do filho do ministro, Gustavo Pereira, e da construção em Brasília de uma mansão do chefe de gabinete do ministério exonerado depois das denúncias, Mauro Barbosa.
Um emissário do PR foi levar a decisão da nova data do depoimento a Nascimento, que estava desaparecido do ministério desde a manhã. À tarde, o ministro convocou Portela e Luciano Castro (PR-RR) à sede do partido para dar com conhecimento aos deputados de sua decisão. Os senadores foram avisados quando estavam reunidos com Ideli e com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto. “As denúncias atingiram minha família. Volto ao Senado para defender a mim e a minha família”, disse Nascimento em telefonema ao líder do PR, senador Magno Malta (ES), ao avisar da carta de demissão.
“O ministro Alfredo Nascimento não merecia esse desenlace. Ele serviu ao governo do presidente Lula e apresentou resultados antes e agora no governo da presidente Dilma. Manteremos nossa aliança com a presidente e vamos trabalhar para superar a crise”, disse Luciano Castro.
PR manda recado sobre o sucessor
Além da defesa de Nascimento, o PR mandou um recado ao governo dizendo que a escolha do sucessor no cargo terá de passar necessariamente pelo ex-ministro, que reassumiu ontem mesmo a presidência do PR.
A cúpula partidária reagiu também contra a disposição de Dilma de convencer o PR a aceitar a indicação de Paulo Sérgio Passos para voltar a ocupar a cadeira de Alfredo Nascimento. Passos, agora como secretário-executivo, exerceu o cargo quando Nascimento se afastou do ministério para a campanha eleitoral em 2010. O argumento usado por Dilma é que, se Passos serviu para substituir Nascimento por seis meses, não há por que descartá-lo agora. "Talvez a solução tenha de ser mais política do que técnica. É um momento delicado", disse Luciano Castro.
Lincoln Portela descartou a hipótese de efetivá-lo: "Ele é um interino", disse.
Além do nome de Passos, outros políticos foram cogitados pelo PR durante o dia par substituir Nascimento. O do ex-senador César Borges (PR-BA) e do próprio deputado Luciano Castro. O governo chegou a cogitar também a entrega do Ministério para o comando do senador Blairo Maggi (MT), insatisfeito com as perdas de seus postos no Executivo. Desde o início do governo Dilma, seus indicados para a Secretaria Executiva do Ministério das Cidades e para a Diretoria Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) perderam os cargos.
O professor de Economia e Relações Internacionais do Ibmec Diogo Costa afirma que, apesar dos problemas causados pelo ex-ministro, dificilmente Dilma dará a pasta para outra legenda da base aliada. Para ele, o PR é um partido importante para o governo - lidera um bloco de 64 deputados na Câmara e possui cinco senadores. (Brasília/AE)
Além da defesa de Nascimento, o PR mandou um recado ao governo dizendo que a escolha do sucessor no cargo terá de passar necessariamente pelo ex-ministro, que reassumiu ontem mesmo a presidência do PR.
A cúpula partidária reagiu também contra a disposição de Dilma de convencer o PR a aceitar a indicação de Paulo Sérgio Passos para voltar a ocupar a cadeira de Alfredo Nascimento. Passos, agora como secretário-executivo, exerceu o cargo quando Nascimento se afastou do ministério para a campanha eleitoral em 2010. O argumento usado por Dilma é que, se Passos serviu para substituir Nascimento por seis meses, não há por que descartá-lo agora. "Talvez a solução tenha de ser mais política do que técnica. É um momento delicado", disse Luciano Castro.
Lincoln Portela descartou a hipótese de efetivá-lo: "Ele é um interino", disse.
Além do nome de Passos, outros políticos foram cogitados pelo PR durante o dia par substituir Nascimento. O do ex-senador César Borges (PR-BA) e do próprio deputado Luciano Castro. O governo chegou a cogitar também a entrega do Ministério para o comando do senador Blairo Maggi (MT), insatisfeito com as perdas de seus postos no Executivo. Desde o início do governo Dilma, seus indicados para a Secretaria Executiva do Ministério das Cidades e para a Diretoria Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) perderam os cargos.
O professor de Economia e Relações Internacionais do Ibmec Diogo Costa afirma que, apesar dos problemas causados pelo ex-ministro, dificilmente Dilma dará a pasta para outra legenda da base aliada. Para ele, o PR é um partido importante para o governo - lidera um bloco de 64 deputados na Câmara e possui cinco senadores. (Brasília/AE)
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