UNE defende plebiscito para a reforma política
Eleita em junho, presidente da entidade quer o fim do funcionamento privado de campanha e mais poder para o povo dentro do sistema eleitoral. Também apoia medidas enérgicas para a saúde e mobilização da juventude nas ruaspor Mariana Haubert | 22/07/2013 07:30 | Manchetes, Notícias, O Brasil nas ruas, Questão de foco, Reforma política | ||
Como
uma resposta às manifestações que tomaram o país em junho, a presidenta
Dilma Rousseff anunciou cinco pactos. Um deles, a realização de uma
assembleia constituinte específica para a reforma política,
acabou depois de 24 horas. No entanto, uma parte ficou: o plebiscito
para mudar o atual sistema brasileiro. Mesmo sem força no Congresso – PT
e PCdoB são os maiores defensores da consulta aos eleitores -, Dilma
tem pelo menos um aliado na sociedade civil organizada, a União Nacional
dos Estudantes (UNE).
É o que garante a nova presidente da entidade responsável por representar todos os estudantes brasileiros em entrevista ao Congresso em Foco.
Vírginia Barros, pernambucana de 27 anos eleita para o cargo em junho
no 53º Congresso da UNE, em Goiânia (GO), conversou com o site
em duas oportunidades – antes e depois dos protestos – e contou quais
são seus planos para sua gestão à frente da entidade. A defesa de mais
recursos para a educação e a insistência em uma reforma política ampla
são suas prioridades.
“As ruas aceleraram os processos políticos para que vários projetos importantes, que nós defendemos, fossem votados pelo Congresso. O governo federal também apresentou diversas propostas para a educação e resolveu apoiar a reforma política. Isso tudo é importante, mas precisamos seguir nas ruas, seguir pressionando o governo para que tenhamos melhores resultados”, disse.
No sábado, Dilma enviou uma carta para justificar sua ausência à reunião do diretório nacional do PT. Nela, reforçou a necessidade de ouvir a população e ponderou ser um desafio histórico atender as demandas levantadas pelo povo nas ruas. Apesar de ter enviado ao Congresso uma mensagem sugerindo cinco perguntas para a consulta popular, o plebiscito foi descartado pela maioria dos líderes. Uma parte da base – PT, PCdoB, PSB e PDT – ainda defendem questionar os eleitores, mas ainda não chegaram a uma conclusão sobre as perguntas e nem quando deve ser feito.
Manifestações
As manifestações que ocorreram em todo o país no mês de junho colocaram em cheque a relevância de diversas entidades históricas, como sindicatos e movimentos estudantis. Líderes de grandes movimentos do passado, como os caras-pintadas e as Diretas Já, essas organizações acabaram ficando à margem dos protestos, que, em sua maioria, não aceitavam bandeiras e prezavam pela horizontalidade das decisões. No entanto, para a recém-eleita presidente da União Nacional dos Estudantes, as novas características representam uma nova forma de se organizar, mas que não necessariamente nega as entidades sociais instituídas.
“Eu acho que o problema é gente de menos nas ruas, nunca gente de mais. Não acho que seja um sentimento generalizado entre os manifestantes essa ideia do antipartidarismo. Eu pelo menos não vivi nenhuma situação de rejeição em nenhum momento, até porque as pessoas compreendem o papel que a UNE exerce no país, por ser uma entidade que reúne os estudantes universitários de todo o Brasil para lutar pelas causas educacionais e pelas causas gerais da vida política brasileira. Acho que a diversidade de pensamentos e opiniões que se encontraram nas ruas é muito positivo”, explica.
Reforma universitária
“As ruas aceleraram os processos políticos para que vários projetos importantes, que nós defendemos, fossem votados pelo Congresso. O governo federal também apresentou diversas propostas para a educação e resolveu apoiar a reforma política. Isso tudo é importante, mas precisamos seguir nas ruas, seguir pressionando o governo para que tenhamos melhores resultados”, disse.
No sábado, Dilma enviou uma carta para justificar sua ausência à reunião do diretório nacional do PT. Nela, reforçou a necessidade de ouvir a população e ponderou ser um desafio histórico atender as demandas levantadas pelo povo nas ruas. Apesar de ter enviado ao Congresso uma mensagem sugerindo cinco perguntas para a consulta popular, o plebiscito foi descartado pela maioria dos líderes. Uma parte da base – PT, PCdoB, PSB e PDT – ainda defendem questionar os eleitores, mas ainda não chegaram a uma conclusão sobre as perguntas e nem quando deve ser feito.
Manifestações
As manifestações que ocorreram em todo o país no mês de junho colocaram em cheque a relevância de diversas entidades históricas, como sindicatos e movimentos estudantis. Líderes de grandes movimentos do passado, como os caras-pintadas e as Diretas Já, essas organizações acabaram ficando à margem dos protestos, que, em sua maioria, não aceitavam bandeiras e prezavam pela horizontalidade das decisões. No entanto, para a recém-eleita presidente da União Nacional dos Estudantes, as novas características representam uma nova forma de se organizar, mas que não necessariamente nega as entidades sociais instituídas.
“Eu acho que o problema é gente de menos nas ruas, nunca gente de mais. Não acho que seja um sentimento generalizado entre os manifestantes essa ideia do antipartidarismo. Eu pelo menos não vivi nenhuma situação de rejeição em nenhum momento, até porque as pessoas compreendem o papel que a UNE exerce no país, por ser uma entidade que reúne os estudantes universitários de todo o Brasil para lutar pelas causas educacionais e pelas causas gerais da vida política brasileira. Acho que a diversidade de pensamentos e opiniões que se encontraram nas ruas é muito positivo”, explica.
Reforma universitária
Formada em direito pela Universidade Estadual de Pernambuco
e estudante de Letras pela Universidade de São Paulo (USP), Vic, como
prefere ser chamada, defende ainda uma ampla reforma universitária para o
país. Ela apoiou uma polêmica decisão do governo que determinou a
ampliação do tempo do curso de medicina, ao fazer com que os alunos
cursem um segundo ciclo, que consiste no trabalho, por dois anos, no
Sistema Único de Saúde (SUS).
“A princípio eu acho que os graves problemas que a saúde
pública enfrenta no nosso país exigem medidas enérgicas para suprir o
déficit de médicos que existem no nosso país. Acho que o principal é
melhorar a qualidade e a infraestrutura do serviço oferecido na saúde
pública brasileira. Mas acho também que não podemos negar que falta
recursos humanos e que faltam médicos no nosso país e precisamos de
medidas enérgicas para solucionar esse problema”, afirmou.
Filiada ao PCdoB, Vic garante que a entidade segue autônoma
em relação ao governo federal. Segundo ela, o papel da UNE atualmente é
pressionar os governos por melhorias na educação e não se alinhar a
projetos políticos. Ainda assim, ela defende a proposta do governo Dilma
Rousseff de realizar um plebiscito para ouvir a população sobre a
reforma política e considera que o diálogo da entidade com a presidenta
sempre foi aberto e positivo.
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