quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mercadante anuncia no Twitter que deixa liderança do PT de forma "irrevogável"

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Atualizado às 12h28

Em meio à crise da bancada petista no Senado, o senador Aloizio Mercadante (SP) anunciou nesta quinta-feira (20) no microblog Twitter que deixa a liderança da legenda na Casa depois do arquivamento das representações contra José Sarney (PMDB-AP) e do estremecimento de suas relações com colegas de partido.

"Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável", escreveu Mercadante. O pronunciamento deve acontecer por volta das 15h, segundo assessores do parlamentar.

Voto do PT decide arquivamento de denúncias contra José Sarney

* Após 30 anos, senadora Marina Silva deixa o PT
* Lina x Dilma: governo deve apresentar provas

O senador, que deve disputar a reeleição em 2010, alfinetou os colegas que anunciaram saída do partido. Marina Silva (AC) pediu desfiliação na quarta-feira depois de receber convite do PV para disputar a Presidência da República.

Flávio Arns (PR) afirmou que sairá do PT porque sentiu vergonha da posição do partido de ceder às pressões do Palácio do Planalto e votar pela absolvição de Sarney no Conselho de Ética.

"Ao contrário dos que estão deixando o partido, saio da liderança para disputar, junto à militância, a concepção do PT que eu acredito", afirmou Mercadante.

Na quarta-feira, Mercadante se recusou a ler nota assinada pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, orientando os parlamentares do partido no Conselho de Ética do Senado a arquivar as representações contra Sarney.

O senador Delcídio Amaral (MS), que integra o órgão pelo PT junto de João Pedro (AM) e Ideli Salvatti (SC), também usou o Twitter na quarta-feira para criticar a posição de Mercadante.

Crise com o Planalto
Nas últimas semanas a posição de Mercadante pela reabertura de pelo menos uma das 11 representações contra Sarney o afastou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à sucessão presidencial em 2010.

Em julho, uma nota assinada pelo petista dizia que gravações da PF indicaram envolvimento de Sarney na negociação da contratação do namorado da neta. "É grave, porque há indícios concretos da associação do peemedebista com atos secretos", dizia a nota.

Mercadante pedia o o afastamento temporário do presidente do Senado. Na época, o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) disse que o pedido de licença de Sarney feito por Mercadante era um ato isolado de "um ou dois" senadores.

* do UOL Notícias

Nenhum comentário: