Investigado na Lava Jato, deputado pede para deixar Conselho de Ética
Do UOL, em Brasília
-
Reprodução/FacebookDeputado Lázaro Botelho (PP-BA) discursa na Câmara
Segundo delação premiada feita pelo doleiro Alberto Youssef, um dos operadores do esquema, Botelho faria parte de um grupo de parlamentares de "menor expressão" do PP que recebia pagamentos mensais entre R$ 30 mil e R$ 150 mil mensais. O dinheiro, segundo o doleiro, era propina paga por empreiteiras que mantinham contratos superfaturados com a Petrobras.
De acordo com sua assessoria de imprensa, Botelho decidiu deixar o Conselho de Ética, para o qual havia sido indicado pelo líder do partido, Eduardo da Fonte (PP-PE) –que também está sendo investigado– por entender que sua permanência causaria constrangimentos aos demais parlamentares e ao PP.
Ainda de acordo com sua assessoria de imprensa, Botelho obteve acesso à investigação nesta terça-feira (10) e prefere não se pronunciar publicamente sobre sua saída da Comissão de Ética. Em nota divulgada na semana passada, Botelho disse estar "absolutamente tranquilo" e que tem certeza de que provará sua inocência.
Mais cedo, o PP havia anunciado a saída de Botelho e do deputado Sandes Júnior (PP-GO) do quadro de integrantes da CPI da Petrobras, que visa, justamente, investigar as irregularidades cometidas na Petrobras.
O PP deverá indicar um novo nome para substituir Botelho no Conselho de Ética.
O PP é o partido com o maior número de investigados pela PGR em relação ao caso Lava Jato. Das 54 pessoas investigadas com autorização do STF, 31 pertencem à legenda, entre deputados, senadores, vice-governadores e políticos sem mandato.
O Conselho de Ética tem, até agora, 25 integrantes (entre titulares e suplentes) indicados. A previsão é que todos os 42 nomes sejam definidos até esta quarta-feira (11).
Ampliar
6.mar.2015
- Vista do prédio do Congresso Nacional, em Brasília, horas antes da
divulgação dos nomes dos políticos que serão investigados por possível
envolvimento em corrupção. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)
Teori Zavascki autorizou a abertura de inquérito contra 47 políticos
para apurar a participação deles no esquema investigado pela operação
Lava Jato, que apura irregularidades na Petrobras. Ao todo, são 22
deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-governadora
de seis partidos (PMDB, PT, PP, SD, PSDB e PTB). Há mais pessoas que
serão investigadas, mas não têm ou tiveram cargos eletivos. São elas o
tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o lobista Fernando Baiano. Quatro
políticos tiveram pedido de abertura de inquérito arquivado. A
investigação do ex-ministro Antônio Palocci foi remetido à Justiça
Federal do Paraná André Dusek/Estadão Conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário