Manifestantes protestam contra Cunha e lei da terceirização
10/4/2015 11:27
Por Redação, com agências de notícias - de João Pessoa
Por Redação, com agências de notícias - de João Pessoa
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e outros deputados federais estão, nesta sexta-feira, em João Pessoa, para discutir reforma política e pacto federativo, dentro do programa Câmara Itinerante. Mas, uma manifestação contra o peemedebista fez com que a sessão fosse suspensa. Membros de movimentos sociais e sindicalistas promoveram um “apitaço” contra a homofobia e o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país (PL4330). Assim como em outros protestos, os manifestantes gritavam “Fora, Cunha”.
O deputado federal Wilson Filho (PTB-PB), por exemplo, lamentou que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, tenha deixado a sessão na assembleia estadual sem poder anunciar que pautaria a proposta que cria a zona franca do Semiárido Nordestino (Proposta de Emenda à Constituição 19/11), de autoria do próprio Wilson Filho.
– É um projeto que vai mudar radicalmente a economia do estado. Hoje o presidente da Câmara saiu daqui sem dar essa palavra. Fico triste porque perdemos uma oportunidade como a de hoje. Vocês têm o direito de falar, mas não da forma que estão fazendo – disse, ao criticar as manifestações.
No dia 30 de março, uma manifestação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul suspendeu seminário promovido pela Comissão Especial da Reforma Política em Porto Alegre (RS). Durante a apresentação dos integrantes da mesa de debates e mesmo durante a execução do hino nacional, a plateia começou a se manifestar com apitos e com gritos de “fora Cunha”, “homofóbico”, “racista”.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Edson Brum, chegou a começar o seu pronunciamento, mas diante das manifestações da plateia, que continuou dirigindo palavras contrárias ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, Brum decidiu suspender os trabalhos por alguns minutos.
– Registro aqui a intolerância que acabamos de assistir. Aqueles que não respeitam nem sequer o hino nacional não podem ter o direito a qualquer outra manifestação democrática. O contraditório, o diálogo, é sempre muito bem-vindo. Mas foi lamentável a intolerância – disse Cunha.
O evento faz parte da agenda de trabalho da comissão nos estados e tem o objetivo de debater com especialistas, autoridades e a população temas relacionados à reforma política, como o financiamento de campanha, o sistema eleitoral, o voto facultativo, o fim da reeleição, entre outros.
O encontro ocorre no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A Comissão Especial da Reforma Política já esteve em seis estados: Ceará, Piauí, Maranhão, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. As próximas audiências públicas devem ser realizadas em Pernambuco, no Rio Grande do Norte e em Sergipe.
O seminário “Visões para construir a mudança”, tem a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do relator da Reforma Política na Câmara dos Deputados, Marcelo Castro (PMDB-PI), do governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, vice-presidente da República, Michel Temer, do presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Edson Brum, além de entidades da sociedade civil e da população.
Vaias em São Paulo
Na sexta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi vaiado e chamado de homofóbico. Durante o protesto foram ouvidos os gritos de “o povo quer falar”, “Constituinte já” e “machistas, fascistas, não passarão! Fora, Cunha”. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Fernando Capez, determinou a suspensão da sessão por dez minutos.
Cunha criticou a manifestação ao dizer que “a educação manda que é preciso escutar antes de se manifestar”.
– Os intolerantes mostram que não estão a altura do lugar onde estão, que é o Parlamento. O objetivo do Câmara Itinerante é ouvir a população, ouvir propostas para levar a debates. A minoria não vai atrapalhar o interesse da maioria – disse o presidente da Câmara.
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