BRASÍLIA - Com a benção do Palácio do Planalto e a ajuda do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), está praticamente fechado o apoio do PDT à candidatura do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), à presidência da Câmara. Ontem, Temer procurou o líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), e convidou os pedetistas a participar do "blocão" de 12 partidos que o PMDB quer formalizar até 1º de fevereiro. O objetivo é facilitar a divisão dos postos de poder e liquidar a eleição no primeiro turno.
A adesão do PDT é contabilizada como vitória dupla da campanha de Temer. Além da perspectiva de ganhar os 25 votos da bancada pedetista, o PMDB trabalha para enfraquecer a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), desmontando o chamado bloquinho, formado pelo PC do B, o PSB e o PDT. De olho na sucessão de 2010, foi Lupi - presidente licenciado do PDT - quem determinou a Heringer que se entenda com o PMDB em nome do projeto do governo Lula de eleger seu sucessor. "Hoje a maioria do partido apoia o Temer", afirma Heringer, que até 31 de dezembro liderava o bloquinho.
"O importante é que Michel Temer está consolidado como candidato da instituição, e não apenas do PMDB ou do PT", comemora o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), convencido de que o blocão dá mais segurança "aritimética" à candidatura do partido. Nas contas do líder, a articulação pode garantir 420 votos a Temer já no primeiro turno. Afinal, estão fechados em favor do blocão o PSDB, DEM, PPS, PR, PTB, PSC, PV, PHS, PTC (além do PMDB, PT e, agora, o PDT).
Para assegurar o apoio dos 12 partidos e formar o bloco, que será dissolvido logo após a eleição, o PMDB antecipou a composição da Mesa Diretora. Um dirigente peemedebistas explica que a prioridade na negociação foi compor com os tucanos, para evitar que o PSDB criasse outro bloco para disputar o comando da Câmara e isolasse o PT e o PMDB.
Pelo acordo, caberá ao PSDB a primeira secretaria, muito cobiçada por ser uma espécie de prefeitura da Câmara. A primeira vice-presidência e a terceira secretaria deverão ficar com o PT do atual presidente Arlindo Chinaglia (SP), cabendo a segunda vice ao DEM. O PR, que chegou a lançar a candidatura do deputado Milton Monti (SP) e depois desistiu da disputa, caberá a segunda secretaria. O PTB fica com a quarta secretaria e o PDT com a primeira suplência.
Mesmo em uma segunda-feira de recesso, Aldo Rebelo e Michel Temer passaram o dia em seus gabinetes fazendo articulações. Para Aldo, a presença de Temer em Brasília é uma demonstração de que está preocupado com os votos. O deputado acredita que, apesar do assédio de Temer, o PDT continuará firme apoiando sua candidatura.
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