Enquanto petistas repudiam aproximação com o PMDB e apostam na candidatura de Zeca do PT para enfrentar André Puccinelli (PMDB) em 2010, os deputados peemedebistas avaliam que caberá às instâncias nacionais dos dois partidos decidirem os rumos das siglas nos estados. Desta forma, a aliança com o PT, na visão deles, ainda não é ponto superado.
Dos oito deputados do partido, seis foram ouvidos pelo Midiamax sobre o assunto. "É possível", foi a expressão usada por cinco deles. A única voz destoante é a de Marquinhos Trad (PMDB) para quem a união entre os dois partidos é ruim para o Estado.
"Oposição é necessária na Democracia. Não, uma oposição esquizofrênica, mas aquela que faz elogios e críticas justas. Se você unir, PT, PSDB e PMDB, as próximas eleições serão um monólogo", opina.
Vale ressaltar que o PT já definiu em plenária do Diretório Regional que enfrentará o PMDB com candidatura própria em 2010 e anunciou tal decisão como irrevogável.
Ademais, as duas maiores lideranças dos dois partidos já deram início a um enfrentamento verbal. André promete surrar Zeca. O petista acusa o atual governador de fazer uma ‘gestão pífia'.
Mas, Youssif Domingos avalia que o cenário ainda pode mudar dependendo do resultado das eleições internas no PT, previstas para novembro deste ano. Zeca quer o controle do partido para levar a sigla a lançá-lo candidato a governador. O grupo do senador Delcídio do Amaral, silenciosamente, ensaia resistência às pretensões do ex-governador.
Youssif é favorável à aliança. Assim como Jerson Domingos, presidente da Assembléia, ele defende que seja dada uma vaga ao Senado na chapa majoritária de André Puccinelli ao PT.
"Não que esta aliança seja fácil, mas não é todo o PT que rejeita o PMDB. É apenas uma parte. Creio que o senador Delcídio do Amaral aceitaria ser nosso parceiro", sugere.
De fato, Delcídio confirmou em entrevista ao Midiamax que tem "trabalhado com o PMDB" no Estado.
Para Diogo Tita, a aliança ainda é possível se houver determinação nacional. Porém, avalia que o acordo entre os dois partidos no Estado é melhor para o PMDB do que para o PT.
"Se eles têm candidato para enfrentar o André, porque é que iam querem se unir a nós?", raciocina. "Mas é preciso aguardar as definições nacionais, mesmo porque o PMDB namora quem for preciso", completa argumentando que a legenda ainda não se definiu entre Dilma Rousseff, virtual presidenciável do PT, ou os tucanos.
Júnior Mochi observa que em política nada é definitivo. "Acho que as divergências históricas não são as mesmas hoje. É claro que haveria necessidade de se construir os alicerces políticos para tal aliança, mas acho que para 2010 ainda é possível alcançar este objetivo", diz.
"A decisão vem lá de cima. Se PT e PMDB fecharem nacionalmente, vamos ter que nos entender por aqui", opina o deputado Akira Otsubo.
Akira diz que não haveria qualquer constrangimento da sua parte em pedir votos para eleger Dilma Rousseff ou um senador do PT, por exemplo, caso o aliança vingue no Estado.
"A gente tem que focar no interesse maior. O PMDB quer reeleger André Puccinelli. O PT quer eleger o sucessor de Lula. A gente se ajudaria", sugere.
Mas, para os petistas, cooperação com o PMDB só se eles aceitassem o papel de coadjuvantes, ou seja, apoiassem o retorno do PT ao governo do Estado.
Na semana passada, o presidente regional do PT, deputado estadual Amarildo Cruz viajou a Brasília onde conversou com o presidente nacional da legenda Ricardo Berzoini sobre a situação política no Estado.
Amarildo retornou com a certeza de que o PT Nacional não imporá aliança com o PMDB nos estados, nem que seja em benefício de Dilma Rousseff.
Berzoini é esperado para um encontro no dia 22 de março em Campo Grande. A expectativa é de que ele traga palavras de estímulo à candidatura própria do PT em Mato Grosso do Sul.
Fonte: midiamax
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