Beto Macário/UOL
No campo das letras, o senador Fernando Collor é, por assim dizer, um sem-livro.
A despeito disso, acaba de ser guindado à condição de imortal.
Em eleição sem adversários, Collor tornou-se membro da Academia Alagoana de Letras.
Agora, além da condição de ex-presidente da República, tem algo mais em comum com José Sarney, membro da Academia Brasileira de Letras.
Para contornar a inanição editorial, Collor submeteu à academia alagoana um lote de sete encadernações. Nada que possa ser encontrado em bibliotecas ou livrarias.
São coletâneas de artigos, discursos e até planos de governo. Numa brochura, lê-se um discurso de 2007, editado pela Gráfica do Senado.
Chama-se “Relato para a História: a Verdade sobre o Processo do Impeachment". Os acadêmicos alagoanos deram-se por satisfeitos.
Eram 39 os eleitores da academia. Apenas 30 deram as caras. A votação foi secreta. Collor amealhou 22 votos. Oito preferiram deixar a cédula em branco.
Collor não assistiu à própria eleição. Mandou representante. Vai à cadeira de número 20, que pertencia ao médico-poeta Ib Gatto. Deve tomar posse em outubro.
Escrito por Josias de Souza às 04h4
Um comentário:
Caramba!!! VIVENDO E APRENDENDO.
Eu não sabia que um presidente que edita muitas medidas provisórias,pode ocupar cadeiras nas Academias de Letras, tornando-se imortal (é bom lembrar que não é ele quem redige os textos).
Deve ter sido muito emocionante para o ex-pRESIDENTE Collor e a sua mINISTRA Zélia, o texto da Medida Provisória nº 168, de 15.03.90, que sequestrou o dinheiro da poupança, inclusive de idosos - porque causou muita depressão e houve até suicídios.
E os Bancos? E a Febraban? Ninguém tentou qualquer media heróica para proteger seus clientes.
O bom disso é que um imortal pode ser eternamente xingado e amaldiçoado.
Eta Brasilzão, por essas coisas está merecendo destaque internacional!!!!
Luiz Carlos Nogueira
nogueirablog@gmail.com
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