Até uma semana atrás, se fosse intimada a optar entre Arruda e a opinião pública, a maioria dos deputados distritais de Brasília responderia: “Morra a opinião pública”.
Hoje, Arruda em cana, os aliados do governador começam a olhar em volta. A desvastação faz com que fiquem cansados da própria solidariedade.
Depois de 80 dias de embromação, a Câmara Legislativa do DF vai pôr para andar os três processos de impeachment que correm contra Arruda.
Já nesta quinta (18), os processos serão votados na Comissão de Justiça. O deputado-relator se chama Batista das Cooperativas (PRP).
Até bem pouco, Batista não fazia senão cooperar com Arruda. Agora, avisa que vai votar a favor da degola do ex-amigo.
Na última sexta (12), depois de sondar o terreno na Câmara, o secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga, foi a Arruda.
Avisou-o acerca da debandada. "Os deputados disseram que precisam dar uma resposta à sociedade", diz Fraga.
Desde 2007, ano em que assumira o governo, os amigos de Arruda não saíam do lado dele. Sabiam como é terrível a solidão do poder.
Súbito, recuperam o "patriotismo" que tinham guardado no bolso. Sabem que o pior tipo de solidão é a companhia de um governante micado.
Ao se olhar no espelho, os ex-amigos só enxergam pescoço. A PF e o Ministério Público já apertam oito gargantas. Dispõem de corda para mais.
Devagarinho, Arruda vai se dando conta de que são mesmo implacáveis os desígnios do poder. Quando alimentado à base de panetone$, ele só se mantém à base de panetone$.
Arruda fez o pior o melhor que pôde. De erro em erro, sem perceber, atingiu o poder máximo da impotência.
Assessores e advogados do governador juram que Arruda não pensa em renunciar. Significa dizer que o governador nunca esteve tão próximo da renúncia.
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Escrito por Josias de Souza às 17h48
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