José Cruz/ABr
Lula passou pelo Congresso do PT na noite desta sexta (19). Foi para prestigiar a posse do novo presidente da legenda, José Eduardo Dutra.
Não estava previsto que o presidente discursasse. Mas ele foi ao microfone. Fez uma defesa enfática da política de alianças partidárias.
Parecia munido de extintor. Mais cedo, o petismo se recusara a guindar o PMDB à condição de parceiro prioritário num texto sobre as diretrizes de 2010.
No discurso, Lula disse que é preciso que o PT se junte inclusive a legendas com as quais não tinha afinidade no passado.
No mais, tratou de animar a platéia. Cerca de 1.350 pessoas. Petistas de todas as tribos, das mais esquerdistas às quase liberais.
Puxou do baú uma provocação que o grão-demo Jorge Bornhausen dirigira ao PT em 2005, no auge do mensalão.
“Vamos acabar com essa raça”, dissera o então mandachuva do DEM, hoje presidente de honra da legenda.
"Aqueles que queriam acabar [com a nossa raça] estão quase acabando", respondeu Lula, sapateando sobre o DEMensalão de Brasília.
Bornhausen foi ressuscitado também por José Eduardo Dutra, que assumiu o comando do PT no lugar de Ricardo Berzoini.
"Tivemos um período muito duro na história recente, o de 2005. Um ano em que profetas do apocalipse apareciam nas previsões”, disse Dutra.
“Chegaram a profetizar o fim da nossa raça. Eles não conseguiram acabar com a nossa raça, porque a nossa raça foi formada na luta dos trabalhadores [...]”.
Dutra declarou que, para gerir o PT, vai buscar inspiração em dois ex-presidentes do partido: José Dirceu e José Genoíno. Ambos réus no processo do mensalão.
O PT, como se vê, tornou-se uma legenda bem resolvida. Aceitou as próprias perversões. Tudo ficou mais fácil depois que o petismo descobriu o que seus rivais fizeram no verão passado.
Escrito por Josias de Souza às 00h47
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