Diretório nacional petista oficializou troca de comando; escolha do deputado paulista foi antecipada pelo iG
O PT oficializou nesta sexta-feira a saída do ex-senador José Eduardo Dutra da presidência da legenda e confirmou sua substituição pelo deputado paulista Rui Falcão. A troca de comando no partido da presidenta Dilma Rousseff põe fim a um período de indefinição que já se arrastava desde a segunda quinzena de março, quando Dutra pediu afastamento do cargo para tratar de problemas de saúde.
Em um discurso emocionado, mas que manteve o tom de bom humor, Dutra aproveitou a plateia de colegas de partido para explicar os motivos que o levaram a pedir afastamento. O ex-senador, que já foi presidente da Petrobrás e da BR Distribuidora, foi diagnosticado com um quadro de depressão, agravado por problemas neurológicos. Dutra disse que seu quadro clínico, combinado ao estresse trazido pelo exercício da função, o levou até mesmo a convulsionar. Contou ainda que chegou a passar dois dias "delirando", em seu apartamento no Rio de Janeiro.
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"Estou deixando a presidência do PT, mas não estou me aposentando por invalidez", afirmou Dutra, aplaudido pelos colegas de legenda. Embora deixe de presidir o partido, ele manterá um assento no diretório nacional petista, principal instância permanente do comando partidário.Estou deixando a presidência do PT mas não estou me aposentando por invalidez.
Após o ato que formalizou a saída de Dutra, o diretório petista elegeu Rui Falcão como seu novo presidente. A indicação do deputado, antecipada pelo iG, o colocou no comando do partido até 2013, quando se encerraria o mandato iniciado por Dutra.
Ao tomar posse do cargo, Falcão defendeu transparência na relação do partido com a sociedade e disse que fará uma gestão compartilhada. "A nossa presidência será de direção coletiva, incluindo a executiva diretoria nacional bancadas e o setorial sindical", ressaltou.
Foto: AE
Dutra passou hoje o comando partidário a Rui Falcão; saída deu tom emocional a encontro do diretório petista
Dutra foi coordenador da campanha presidencial petista no ano passado, tornou-se um dos integrantes do círculo de confiança da presidenta. Junto com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, e o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, o ex-senador integrou o grupo apelidado pela própria Dilma como "os três porquinhos".
A certeza de que ele não voltaria mais ao comando partidário só veio no início desta semana. Na segunda-feira, o iG adiantou que Dutra havia comunicado que havia optado pela renúncia e que sua sucessão já começava a ser discutida. Todo o processo foi feito sob coordenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Dentro das correntes majoritárias do partido, apenas a Mensagem ao Partido - integrada por nomes como o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o ministro José Eduardo Cardozo - resistiu à indicação em um primeiro momento. No início desta tarde, entretanto, o grupo já havia recuado na oposição e concordado em eleger Rui Falcão como o novo presidente.
A reunião do diretório petista foi convocada também com o objetivo de aprovar a reintegração do ex-tesoureiro Delúbio Soares à legenda. Pivô do mensalão, ele obteve o aval de Lula para apresentar uma nova ficha de filiação. Antes mesmo da decisão, o ex-tesoureiro ja circulava ontem na sede do partido, em Brasília.
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