da Folha Online
Hoje na Folha Na avaliação do Planalto, os peemedebistas com mais chances de suceder Renan Calheiros (AL) na presidência do Senado são, pela ordem, Garibaldi Alves (RN) e José Maranhão (PB), informa nesta terça-feira reportagem da Folha (íntegra somente para assinantes do jornal ou do UOL).
Segundo a reportagem, para o governo, Pedro Simon (RS), Gerson Camata (ES) e Edison Lobão (MA) têm poucas chances de serem escolhidos pela bancada.
A Folha informa que, apesar de ter sido um duro adversário do governo na presidência da CPI dos Bingos, Garibaldi reconstruiu pontes com o presidente Lula. Já Maranhão teria a simpatia de Renan, mas reuniria menos apoio na bancada e na oposição do que Garibaldi.
Renúncia
O PMDB estimula Renan a renunciar ao cargo antes da votação em plenário. No entanto, o adiamento da votação do processo de cassação do peemedebista no plenário do Senado fez perder força na Casa a possibilidade de Renan renunciar ao cargo.
Ele estudava deixar o comando da Casa nesta semana como estratégia para tentar salvar o mandato, mas agora reavalia qual será a melhor estratégia para conseguir escapar da cassação --já que a votação não ocorrerá mais nesta quinta-feira.
Como se afastou por 45 dias do comando Senado no dia 11 de outubro, Renan tem que retornar à presidência da Casa no dia 26 de novembro. O adiamento da votação do processo de cassação forçou Renan a retornar ao comando do Senado antes de ser julgado pelo plenário ou pedir a prorrogação da licença.
Renan terá que formalizar sua decisão até o final da semana, já que a licença termina na segunda-feira. O peemedebista vai usar os próximos dias para articular uma saída que não comprometa a sua esperada absolvição no plenário. Em conversas com interlocutores, ele admitiu que o clima estava favorável nesta semana para escapar da cassação no plenário da Casa.
CCJ
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), irá relatar o processo, na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, que recomenda a cassação de Renan por quebra de decoro parlamentar.
Virgílio vai analisar a constitucionalidade para recomendar a perda de mandato de Renan. No processo, o peemedebista é acusado de utilizar "laranjas" para comprar empresas de comunicação no interior de Alagoas.
O relator decidiu adiar a entrega do parecer do caso à comissão para evitar um "acordão" que beneficiasse o peemedebista.
Segundo a oposição, senadores do PT teriam se articulado com o PMDB para absolver Renan em troca do apoio dos peemedebistas à proposta que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.
Irritado com a suposta manobra, Virgílio decidiu postergar a entrega do texto para levar a votação do processo contra Renan ao plenário no mesmo período em que a CPMF também chegará para análise dos parlamentares --o que impediria uma troca em favor de Renan.
Manobra
A Folha Online apurou que Virgílio vai usar todos os artifícios regimentais para postergar a votação do processo contra Renan.
Segundo o senador Tião Viana (PT-AC), presidente interino da Casa, o senador tem o prazo de cinco sessões plenárias para apresentar o texto à CCJ. Virgílio, por sua vez, argumenta que pode usar 15 dias para encaminhar o parecer à comissão.
Além disso, a oposição também pode pedir vista ao relatório de Virgílio assim como solicitar diligências no processo como manobra para atrasar a votação.
Irritada com o suposto "acordão", a oposição também quer evitar que o PMDB emplaque sem dificuldades o sucessor de Renan alinhado com o Palácio do Planalto.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u346918.shtml
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