terça-feira, 20 de novembro de 2007

Planalto aposta em Garibaldi ou Maranhão para suceder Renan

da Folha Online

Hoje na Folha Na avaliação do Planalto, os peemedebistas com mais chances de suceder Renan Calheiros (AL) na presidência do Senado são, pela ordem, Garibaldi Alves (RN) e José Maranhão (PB), informa nesta terça-feira reportagem da Folha (íntegra somente para assinantes do jornal ou do UOL).

Segundo a reportagem, para o governo, Pedro Simon (RS), Gerson Camata (ES) e Edison Lobão (MA) têm poucas chances de serem escolhidos pela bancada.

A Folha informa que, apesar de ter sido um duro adversário do governo na presidência da CPI dos Bingos, Garibaldi reconstruiu pontes com o presidente Lula. Já Maranhão teria a simpatia de Renan, mas reuniria menos apoio na bancada e na oposição do que Garibaldi.

Renúncia

O PMDB estimula Renan a renunciar ao cargo antes da votação em plenário. No entanto, o adiamento da votação do processo de cassação do peemedebista no plenário do Senado fez perder força na Casa a possibilidade de Renan renunciar ao cargo.

Ele estudava deixar o comando da Casa nesta semana como estratégia para tentar salvar o mandato, mas agora reavalia qual será a melhor estratégia para conseguir escapar da cassação --já que a votação não ocorrerá mais nesta quinta-feira.

Como se afastou por 45 dias do comando Senado no dia 11 de outubro, Renan tem que retornar à presidência da Casa no dia 26 de novembro. O adiamento da votação do processo de cassação forçou Renan a retornar ao comando do Senado antes de ser julgado pelo plenário ou pedir a prorrogação da licença.

Renan terá que formalizar sua decisão até o final da semana, já que a licença termina na segunda-feira. O peemedebista vai usar os próximos dias para articular uma saída que não comprometa a sua esperada absolvição no plenário. Em conversas com interlocutores, ele admitiu que o clima estava favorável nesta semana para escapar da cassação no plenário da Casa.

CCJ

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), irá relatar o processo, na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, que recomenda a cassação de Renan por quebra de decoro parlamentar.

Virgílio vai analisar a constitucionalidade para recomendar a perda de mandato de Renan. No processo, o peemedebista é acusado de utilizar "laranjas" para comprar empresas de comunicação no interior de Alagoas.

O relator decidiu adiar a entrega do parecer do caso à comissão para evitar um "acordão" que beneficiasse o peemedebista.

Segundo a oposição, senadores do PT teriam se articulado com o PMDB para absolver Renan em troca do apoio dos peemedebistas à proposta que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.

Irritado com a suposta manobra, Virgílio decidiu postergar a entrega do texto para levar a votação do processo contra Renan ao plenário no mesmo período em que a CPMF também chegará para análise dos parlamentares --o que impediria uma troca em favor de Renan.

Manobra

A Folha Online apurou que Virgílio vai usar todos os artifícios regimentais para postergar a votação do processo contra Renan.

Segundo o senador Tião Viana (PT-AC), presidente interino da Casa, o senador tem o prazo de cinco sessões plenárias para apresentar o texto à CCJ. Virgílio, por sua vez, argumenta que pode usar 15 dias para encaminhar o parecer à comissão.

Além disso, a oposição também pode pedir vista ao relatório de Virgílio assim como solicitar diligências no processo como manobra para atrasar a votação.

Irritada com o suposto "acordão", a oposição também quer evitar que o PMDB emplaque sem dificuldades o sucessor de Renan alinhado com o Palácio do Planalto.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u346918.shtml

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