SÃO PAULO (Reuters) - O PDT fez exigências nesta quarta-feira para dar votos à prorrogação da CPMF. Já o PTB tomou posição contrária, mas não fechou questão, e a emenda deve levar quatro dos seis senadores da legenda.
"O momento é ideal para arrancar compromissos do governo", disse um analista político que acompanha o Congresso.
O PDT, que conta com cinco senadores, deve definir se manterá o apoio à prorrogação da CPMF na próxima terça-feira, quando o líder do partido no Senado, Jefferson Péres (AM), tem encontro previsto com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Para votar com o governo, os pedetistas Cristovam Buarque (DF), João Durval (BA), Osmar Dias (PR) e Patrícia Saboya (CE), além de Péres, querem uma redução da Desvinculação de Receitas da União (DRU) sobre os recursos da educação.
"O PDT está exigindo essas medidas. Se o governo negar não tem como votarmos a favor da renovação da CPMF. Para haver uma decisão, para fechar questão, só depois de falar com o ministro Mantega", disse o senador Osmar Dias à Reuters por telefone.
Um acerto em relação à DRU foi confirmado nesta tarde por Mantega, que prevê mais recursos para a educação com a medida.
"(O acordo é para) reduzir gradualmente a DRU sobre a educação de forma que ela seja eliminada em 2011. A redução começa em 2008", disse o ministro. Ele explicou que a queda vai dos atuais 20 por cento para 15, 10 e 5 por cento até acabar.
Apesar da posição contrária, o PTB, presidido por Roberto Jefferson, inimigo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve dar à votação da CPMF pelo menos quatro dos votos de seus seis senadores.
O vice-líder do partido no Senado, Sérgio Zambiasi (RS), diz que o apoio se deve a compromissos dos parlamentares com seus Estados, mesmo que isso contrarie a posição do partido.
"Se renovar a CPMF é uma causa para o governo, ela também deve ser para nós do Sul. São gestos de solidariedade e de reciprocidade", afirmou o senador gaúcho.
Já senadores dissidentes da base governista se reuniram nesta tarde com o líder do Democratas, José Agripino (RN), onde somaram votos contrários à prorrogação da CPMF. Estiveram no encontro Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Mão Santa (PMDB-PI), Romeu Tuma (PTB-SP), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Expedito Júnior (PR-RO).
Somados aos 27 senadores do DEM e do PSDB, que garantem posição contrária, os oposicionistas teriam 32 votos contra a emenda que prorroga a CPMF até 2011, na contagem realizada até agora.
Com 33 votos contrários, a emenda não seria aprovada e a oposição conta que até a votação outros quatro dissidentes se juntem aos opositores. Para aprovar a emenda são necessários 49 votos.
Para apressar os prazos regimentais da CPMF, o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), decidiu que haverá votações na sexta e na segunda-feira, dias em que tradicionalmente os senadores se dedicam às bases.
(Reportagem de Carmen Munari e Mauricio Savarese, em São Paulo, e Isabel Versiani, em Brasília)
Fonte: Notícias Uolhttp://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/2007/11/28/ult1928u5125.jhtm
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