21/11/2007 - 09h15
da Folha de S.Paulo
da Folha Online
Dos 12 senadores do PT, seis dizem votar pela perda do mandato de Renan Calheiros (PMDB-AL): Augusto Botelho (RR), Eduardo Suplicy (SP), Flávio Arns (PR), João Pedro (AM), Paulo Paim (RS) e Serys Slhessarenko (MT).
Aloizio Mercadante (SP) e Delcídio Amaral (MS) não revelaram, mas indicam que votarão pela cassação. Fátima Cleide (RO), Ideli Salvatti (SC), Tião Viana (AC) e Sibá Machado (AC) não falaram os votos.
Ontem, Renan disse que só vai definir sobre a prorrogação de sua licença ou a renúncia definitiva do cargo de presidente do Senado depois que a data da votação do seu processo de cassação em plenário for marcada pelo presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC).
O peemedebista evitou adiantar sua decisão, apesar de o prazo de 45 dias de licença terminar na próxima segunda-feira. "Eu não quero nada que me ajude, quero provar minha inocência. Quero um encaminhamento justo, humano. Eu vou aguardar que digam o calendário porque, só depois disso, vou dizer o que vou fazer."
O senador disse não compreender a postura da oposição em adiar a votação do seu processo de cassação no plenário da Casa. Segundo Renan, o DEM e o PSDB foram os primeiros a defender que o processo entrasse na pauta do Senado no início de novembro --motivo que o levou a se afastar por somente 45 dias do comando da Casa.
"Esse processo de marcar data e desmarcar é sobretudo desumano. Tentar compreender esse processo é uma coisa meio louca. Tirei licença com pelo menos 20 dias de folga para retornar à presidência [depois da votação do processo em plenário]", afirmou.
Renan nega a existência de um suposto "acordão" entre PT e PMDB para absolvê-lo no plenário ao afirmar que deseja somente provar sua inocência --sem manobras em seu favor. "Não tem absolutamente nada a ver. Eu quero provar a minha inocência, as minhas forças são todas direcionadas neste sentido."
Nesse processo, o peemedebista é acusado de usar "laranjas" para comprar um grupo de comunicação em Alagoas.
Adiamento
O adiamento da votação do processo contra Renan foi provocado pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que vai relatar o caso na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O tucano vai encaminhar seu relator à comissão na próxima quarta-feira, o que permite que o processo chegue ao plenário do Senado somente no início de dezembro.
Inicialmente, a apresentação do parecer de Virgílio à CCJ estava prevista para esta quinta-feira. A oposição se articula para pedir vista ao texto do relator, o que poderá adiar ainda mais a votação do parecer na comissão.
O presidente da CCJ, Marco Maciel (DEM-PE), afirmou que pretende conceder apenas um dia de vista para que o processo possa entrar na pauta do plenário no início de dezembro.
Fonte: Folha Uol
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u347214.shtml
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