sábado, 20 de junho de 2009

Diretor-geral do Senado ameaça ‘processar’ Agaciel



Sérgio Lima/Folha



Nomeado em março para a cobiçada função de diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo está prestes a ser demitido.



Frequenta o escândalo dos atos secretos como signatário de vários dos documentos cuja publicidade o Senado sonegou à opinião pública.



Gazineo era o segundo de Agaciel Maia, o ex-diretor-geral, na época em que apôs o jamegão nos atos administrativos clandestinos.



Agora, as assinaturas devem lhe custar o cargo recém-conquistado. Com a cabeça a prêmio, o sucessor de Agaciel está a ponto de abrir guerra contra o ex-chefe.



Em conversa com um senador, na tarde desta sexta (19), Gazineo disse que cogita inclusive mover um processo judicial contra Agaciel.



Ensaia a providência como um gesto em defesa de sua honra. Não nega que tenha assinado atos secretos.



Alega, porém, que a decisão de não publicar foi tomada exclusivamente por Agaciel. Não acha justo que seja “enlameado” por algo que não lhe diz respeito.



Queixa-se do ex-diretor em timbre acerbo. Acha que Agaciel não moveu uma palha para isentá-lo dos malfeitos.



Gazineo diz que está sendo convertido em “bode expiatório” da crise do Senado. Acha que a demissão iminente não lhe faz justiça.



Emociona-se. Afirma que vive um drama pessoal. Que já afeta inclusive, segundo diz, a saúde da mãe, uma senhora de 90 anos.



A degola de Gazineo é um dos tópicos do leque de sugestões moralizadoras que, referendado por 20 senadores, foi entregue a Sarney.



O sucessor de Agaciel foi aconselhado a pedir demissão, antecipando-se ao que parece inevitável. Soube que Sarney já procura um substituto.



Gazineo é visto por um pedaço da bancada de Senadores como uma extensão de Agaciel. Daí a pressão para que seja afastado.



Daí também a cogitação do diretor de investir judicialmente contra o ex, que não o acudiu. Seria um modo de mostrar que não é o “seis” no lugar do “meia-dúzia”.



As desavenças que separam Gazineo de Agaciel são parte do pano de fundo da crise do Senado.



Além da pressão política, Sarney é assediado por uma guerra entre as diferentes “facções” que incrustaram no organograma do Senado.

Escrito por Josias de Souza às 05h32

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