quinta-feira, 25 de junho de 2009

Oposição pede afastamento de Sarney das investigações de irregularidades no Senado

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

Brasília, DF (FolhaNews) - Os líderes da oposição defenderam nesta quinta-feira que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), permaneça no comando da instituição, mas se afaste das decisões referentes aos processos que investigam irregularidades na Casa.

Segundo senadores do PSDB e do DEM, a descoberta de que o neto de Sarney, José Adriano Sarney, intermediava empréstimos consignados entre seis instituições financeiras e servidores da Casa impede o peemedebista de continuar à frente das apurações.

Para o líder do PSDB, Arthur Virgílo (AM), as investigações são delicadas e precisam de credibilidade para restaurar a credibilidade da instituição.

"São denúncias graves. A sugestão que o PSDB faz, a bem da instituição (Senado), é de que ele (Sarney) se afaste da apuração dos casos envolvendo seu nome ou de pessoas de sua família, bem como dos processos destinados a apurar responsabilidades dos ex-diretores (do Senado)', disse.

O discurso foi reforçado pelo senador Demostenes Torres (DEM-PI) e disse que os processos deveriam ser submetidos ao vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO).

O DEM se reúne na terça-feira para fechar um posicionamento sobre a situação de Sarney."O partido vai se reunir para decidir se é o caso também para pedir que ele se licencie da presidência ou até mesmo chegar a exigir providências mais graves. Vai depender da análise que faremos", disse.

Acusação

A denúncia que envolve o neto de Sarney, publicada pelo jornal 'O Estado de S. Paulo', afirma que o esquema de empréstimo consignado para servidores do Senado inclui entre seus operadores José Adriano Sarney, neto do peemedebista.

Segundo o jornal, de 2007 até hoje a empresa de José Adriano teve autorização de seis bancos para intermediar a concessão de empréstimos com desconto na folha de pagamento.

Adriano Sarney é filho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA). O neto do presidente do Senado disse, na reportagem, que sua empresa fatura por ano menos de R$ 5 milhões.

De acordo com o jornal, José Adriano abriu a empresa quatro meses depois que o então diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi, inaugurou assessoria para intermediar os contratos no escândalo que o afastou do cargo

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