sexta-feira, 31 de maio de 2013

Protógenes acusa mulher de Gurgel de levar propina do banqueiro Daniel Dantas

29/5/2013 12:12
Por Redação - de São Paulo e Brasília

PT
Gurgel, o procurador-acusador, optou por avançar primeiro no mensalão
Prestes a deixar o cargo de procurador-geral da República, o promotor Roberto Gurgel enfrenta uma saraivada de denúncias de parlamentares. O senador Fernando Collor de Mello (PR-AL) questiona a compra de tablets de uma marca norte-americana, sem licitação, e na noite passada, partiu do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) o mais novo petardo contra o acusador no caso do ‘mensalão’.
Segundo o deputado, a subprocuradora Cláudia Sampaio, mulher do procurador-geral, recebeu R$ 280 mil do banqueiro Daniel Dantas, que também teria oferecido a Gurgel uma quantia semelhante, para livrá-lo de acusações de desvio de dinheiro público e formação de quadrilha, entre outros crimes.
Protógenes Queiroz acusou, frontalmente, a subprocuradora de ter recebido propina do banqueiro Daniel Dantas e levantou suspeitas sobre seu marido, Gurgel.
O parlamentar reiterou as acusações feitas no último dia 9, durante encontro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Caetano do Sul (Grande São Paulo). De acordo com a denúncia, o dinheiro teria como objetivo fazer com que o empresário não fosse investigado e que a subprocuradora desse parecer ao STF favorável à quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário de Protógenes.
O parlamentar falava durante um encontro sobre o tema Os bastidores da Operação Satiagraha, uma rumurosa operação da Polícia Federal, em 2008, que ele comandou enquanto exercia o cargo de delegado. Na época, Dantas foi preso e solto em menos de 24 horas por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação foi suspensa após se constatar que agentes da Agência Brasileira de Informações (Abin) atuaram de forma irregular no caso. No final de abril, no entanto, Cláudia Sampaio, que já havia se manifestado pelo arquivamento da apuração, reapresentou parecer favorável à investigação, alegando que Protógenes tinha conta na Suíça e que a PF havia encontrado R$ 280 mil na casa do deputado.
Protógenes rebateu estas acusações e afirmou que pedirá certidão à Justiça comprovando que não houve a apreensão do dinheiro.
– Essa mulher (Cláudia) fez isso (…) Essa certidão vai ter que atestar que não existe R$ 280 mil apreendidos, eu não sei de onde ela tirou, talvez seja os R$ 280 mil que o Daniel Dantas tenha dado para ela, prá dar esse parecer… de cafezinho, né? – disse o deputado.
Protógenes ressaltou o fato de que em nenhum outro caso a Procuradoria voltou atrás, como ocorreu com esse, em que Cláudia Sampaio mudou seu parecer.
– É perigoso para o Estado ver instituições superiores comprometidas e corruptas – afirmou.
Demora no ‘mensalão’
Apesar das acusações a ele e à mulher, Gurgel não perdeu a disposição de buscar uma possível prisão dos réus condenados na Ação Penal (AP) 470, durante o julgamento do ‘mensalão’. Na véspera, o procurador-geral da República afirmou que sua saída do cargo não mudará a posição do Ministério Público Federal na análise dos recursos.
Gurgel deve deixar o posto em agosto, mas acredita que ainda poderá participar das discussões iniciais dos recursos e critica a demora na prisão dos condenados que, em uma série de embargos, questionam completamente o julgamento.
– Pode ser que eu participe de uma ou outra sessão. Não estarei no desfecho do julgamento dos embargos, mas o Ministério Público na verdade é impessoal. O colega ou a colega que vier a ser escolhido dará continuidade sem diferença no trabalho – disse.
O procurador-geral recomendou ao STF que rejeite os recursos apresentados pelos réus condenados no julgamento. Gurgel defende a tese de que esses recursos não teriam o poder de modificar o que foi decidido pelo Supremo e que, portanto, devem ser negados pelos ministros.
Ele analisou os chamados embargos de declaração que servem para esclarecer possíveis omissões, obscuridades e contradições do acórdão, documento que oficializa a decisão do STF sobre o caso.
Os embargos de declaração podem não modificar a decisão, mas o tribunal permite tal possibilidade em casos excepcionais, quando tais problemas são tão graves a ponto de prejudicar as conclusões dos ministros. Gurgel, no entanto, cobra uma rápida decisão do STF sobre os recursos.
– O que é preciso agora é dar efetividade agora a essa decisão. Temos decisão magnífica, mas é preciso ser efetiva. Está demorando. É preciso que a decisão produza seus efeitos. É preciso que os deputados percam seus mandatos. É preciso que demonstrem que o sistema de justiça alcança a todos – concluiu.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"É uma pena", diz Guido Mantega sobre MPs que perderam validade

Correio Braziliense

Publicação: 30/05/2013 12:08 Atualização:

O governo sentiu o baque com a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de não levar para a votação na Casa duas Medidas Provisórias que garantiriam a redução na conta de luz e a desoneração da folha de pagamentos de empresas. Ontem, ao comentar o fraco resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, de alta de apenas 0,6%, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem ser “uma pena” o fato das MPs caducarem no Senado, após terem sido aprovadas na Câmara dos Deputados.
Mantega classificou como “um prejuízo para o setor produtivo” a não aprovação da MP 601, que prevê a desoneração das contribuições patronais ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e a prorrogação de benefícios fiscais do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra).
As duas medidas fazem parte da estratégia do governo para estimular o crescimento da indústria e a retomada dos investimentos. Por isso, Mantega avisou que irá inserir as alterações em outras medidas provisórias em tramitação no Congresso. “A desoneração da folha nós deveremos colocar como emenda em outras MPs que ainda não foram aprovadas, como a 609 ou 610”, explicou.
Para o ministro, não há possibilidade de as medidas caducarem novamente no Congresso, apesar da difícil situação que vive o governo com a base aliada e parlamentares da oposição. “(Os benefícios tributários às empresas) vai demorar um pouco, mas eu creio que o Congresso não vai deixar de aprovar uma medida que reduz custos para a indústria brasileira”, ponderou. Mantega, no entanto, fez questão de mostrar contrariedade com o fato de o governo ter que adotar medidas paliativas para reverter a decisão do Senado. “É claro que (essa situação) é pior do que seria caso as MPs tivessem sido aprovadas”, reforçou.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Peso na cobrança de tributos no país é tema de debate na Câmara

Deputado Reguffe, autor de um projeto para zerar a carga tributária dos remédios,
Deputado Reguffe, autor de um projeto para zerar a carga tributária dos remédios,
O peso dos tributos no Brasil voltou a ser tema de debate na Câmara Federal. Um dia após o lançamento da campanha "Imposto Justo", pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, foi a vez de a Comissão de Defesa do Consumidor discutir o impacto dos impostos no preço final dos produtos ao consumidor.
Além da elevada carga tributária, que chega a quase 36% do Produto Interno Bruto, os participantes da audiência pública ressaltaram a injustiça com os mais pobres que, proporcionalmente, pagam mais impostos do que os de maior renda. Isso em parte porque mais da metade dos tributos cobrados no Brasil incide sobre o consumo. O presidente do Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional, Allan Titonelli, defende a mudança dessa sistemática.
"A OCDE, de uma maneira geral, coloca como uma tributação justa aquela que privilegia em certo aspecto o patrimônio e a renda. Esses sistemas tributários são progressivos, são aqueles em que incidem uma maior tributação sobre quem ganha mais, quer dizer, quem ganha mais deve pagar mais e quem ganha menos deve pagar menos."
Além disso, os convidados e deputados presentes à reunião questionaram supostas distorções quanto à tributação, distorções essas que fazem, por exemplo, com que cerca de 35% do preço de um medicamento de uso humano seja formado de tributos, enquanto que para o medicamento de uso veterinário essa incidência fique em torno de 14%. Aliás, o preço do medicamento acabou virando um símbolo do discurso adotado por boa parte dos participantes da audiência pública, como o deputado Reguffe, do PDT do Distrito Federal, autor de um projeto de lei para zerar a carga tributária dos remédios, a exemplo do que é feito em outros países.
"Eu fiz um requerimento formal de informações ao Ministério da Fazenda, solicitando o impacto financeiro e orçamentário dessa medida. A resposta foi de R$ 3 bilhões por ano. Ora, R$ 3 bi no orçamento da União de 2011, que foi de R$ 2,073 trilhões, é apenas 0,11% desse orçamento. Portanto, um impacto ínfimo no orçamento da União em benefício direto na vida de milhares de famílias deste país."
Para o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, Roberto Abdenur, o governo vem tomando iniciativas importantes, como a desoneração tributária de alguns setores, como o automotivo, o dos eletrodomésticos da linha branca e o dos produtos da cesta básica.
"Eu não acho que haja inversão de valores. Acho apenas ser preciso que esse olhar das autoridades sobre a questão tributária e suas implicações seja estendido, seja ampliado para artigos de primeira necessidade."
Os participantes da audiência pública destacaram a importância da lei que obriga os comerciantes a informar na nota fiscal os tributos embutidos nos preços das mercadorias.
Celso Augusto Rodrigues Soares, representante do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, a lei, que entra em vigor no início de junho, induz o consumidor a tomar consciência do peso dos tributos incidentes sobre os produtos que consome.

sexta-feira, 24 de maio de 2013


Renan elogia escolha de Luís Roberto Barroso para o STF

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Redação.. - 24 de maio de 2013 às 07:10
BRASÍLIA (Agência Senado) - O presidente do Senado, Renan Calheiros, classificou o nome de Luís Roberto Barroso como uma indicação “muito boa” ao Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada no início da noite desta quinta-feira (23), quando o presidente deixava o Senado.

Barroso foi indicado pela presidente da República, Dilma Rousseff, para ocupar a
vaga do ex-ministro Ayres Britto no Supremo. Renan definiu Barroso como um nome muito respeitado e um dos maiores constitucionalistas do Brasil.


- Eu acho que ganha o STF e ganha o Brasil – afirmou.

A expectativa era de que a Mesa do Senado recebesse a mensagem da Presidência da República com a indicação do nome de Barroso ainda nesta quinta, mas a sessão terminou sem que o documento fosse lido. Renan explicou que a apreciação de um nome no Senado obedece uma série de ritos e ainda não teve tempo de conversar com o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde o indicado será sabatinado.

Sobre o fato de assumir a Presidência da República na noite desta quinta, Renan disse que se trata de uma tarefa “circunstancial”. A passagem de cargo deve ocorrer em poucos minutos, na Base Aérea de Brasília, onde Renan recebe o cargo do vice-presidente da República, Michel Temer.
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Renan Calheiros

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Relator propõe fim da multa do FGTS de doméstica, mas depósito mensal maior

Previsão é que patrões passem a desembolsar 11% de FGTS mensalmente, e não 8%, como determina a legislação trabalhista em vigor; proposta do senador Romero Jucá ainda será votada 

22 de maio de 2013 | 20h 18
Débora Álvares, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A proposta de regulamentação do trabalho doméstico que vai à votação no Congresso Nacional acaba com a multa de 40% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em casos de demissão sem justa causa, desobrigando patrões de desembolsar o valor de uma vez, embora mantenha a indenização. Empregadores pagarão, ainda, uma alíquota menor ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No fim das contas, os patrões pagarão um ponto porcentual a menos em relação às normas vigentes, mas a Previdência Social acaba sobrecarregada.

Com um esforço para tirar o peso da emenda constitucional que garantiu novos direitos aos empregados domésticos do ombro dos patrões, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator do projeto, aumentou os encargos de FGTS de forma a compensar a extinção da multa. A previsão é que patrões passem a desembolsar 11% de FGTS mensalmente, e não 8%, como determina a legislação trabalhista em vigor. Desse total, o porcentual da contribuição permanece o mesmo, mas os três pontos porcentuais de diferença serão revertidos a um fundo e constituirá a indenização por dispensa. Dessa forma, o empregador se desobriga de desembolsar um valor alto de uma vez só.
Essa indenização será garantida ao empregado que se desvincular do trabalho, independentemente se sair por conta própria ou se for demitido. O valor só não é assegurado em casos de demissão comprovadamente por justa causa, como maus tratos, roubo, entre outros. Nos casos de demissão sem justa causa, empregados poderão sacar 100% do seu FGTS. "Com isso, evitamos que se force uma demissão para receber a multa", justificou o senador.
Previdência. O projeto que Jucá apresenta nesta quinta-feira na Comissão Mista de Consolidação das Leis diminui a alíquota mensal que cabe ao empregador de 12% para 8%. Dessa forma, o patrão vai pagar 20% na alíquota incidente sobre o salário pago.

Para continuar a leitura, clique no seguinte LINK:

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,relator-propoe-fim-da-multa-do-fgts-de-domestica-mas-deposito-mensal-maior,154442,0.htm



 Isso inclui 8% de INSS patronal, 11% de FGTS mais 1% de seguro de acidentes de trabalho.
A expectativa é que a proposta seja votada na comissão mista na semana que vem e depois siga para o plenário do Senado. Depois de votada pelos senadores, a matéria seguirá para apreciação da Câmara dos Deputados.
Embora as ideias tenham o aval da presidente Dilma Rousseff, a reação do governo à desoneração da contribuição patronal ao INSS foi imediata. Segundo o ministro Garibaldi Alves, acabar com a multa e reduzir o porcentual pago pelos patrões vai sobrecarregar as contas da Previdência.
"Quem apresentou isso está certamente bem intencionado, mas pode não estar bem informado sobre o impacto financeiro", disse o ministro. Em resposta, o senador Romero Jucá afirma que, embora tenha diminuído as alíquotas, estabeleceu uma situação que permite o aumento da formalização do trabalho doméstico - hoje apenas um terço dos 7,2 milhões de trabalhadores da classe têm carteira assinada.
Propostas. O projeto prevê, ainda, seguro-desemprego pelo prazo máximo de três meses e proíbe recontratações no período de dois anos, para evitar demissões apenas para requerer a indenização. O Simples Doméstico, sistema unificado de pagamento das contribuições, terá 120 dias para ser criado. Será um portal que calculará de forma automática todas as contribuições devidas pelos patrões (INSS patronal, INSS do empregado, FGTS, seguro acidente de trabalho e o Imposto de Renda retido na fonte).
O refinanciamento das dívidas previdenciárias ganha o nome de Programa de Recuperação Previdenciária dos Empregadores Domésticos (REDOM), e reduz em 100% as multas e em 60% os juros.
Jucá regulou, ainda, as situações de fiscalização do trabalho doméstico. Auditores fiscais poderão entrar na casa das pessoas para analisar a situação em que se encontra o empregado, desde que em horário marcado e com consentimento, por escrito, do empregador.


domingo, 19 de maio de 2013

Deputados votam alíquota zero de IR para participação nos lucros

MP define isenção para ganhos de R$ 6 mil e alíquotas escalonadas para benefícios de mair valor. Também aumenta participação dos empregados na mesa de negociação. Outras duas medidas provisórias estão na pauta da Câmara

Geraldo Magela/Ag. Senado
José Pimentel participou da negociação da medida provisória antes de o texto ser enviado à Câmara
A Câmara deve votar, nesta semana, medida provisória que isenta do Imposto de Renda o trabalhador que receber até R$ 6 mil de participação nos lucros da empresa. Além de zerar a alíquota nesse caso, a MP 597/12 também estipula, de maneira escalonada, a incidência do IR sobre os valores que passem desse limite: pagará mais quem receber mais. A proposta ainda amplia a participação dos empregados, garantindo a eles o mesmo número de cadeiras reservadas ao empregador na mesa de negociação que definirá a participação nos lucros.
Segundo o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), esta será a prioridade legislativa do Planalto nesta semana. “Esse instrumento de participação nos lucros, da melhoria salarial, passa por um forte diálogo entre o capital e o trabalho a partir da cada empresa”, afirma o senador, que negociou a aprovação do texto numa comissão mista, antes de a MP chegar à Câmara.
Outras duas medidas provisórias estão na pauta da Câmara: a MP 600/12, que altera leis que tratam do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste e de fontes adicionais de recursos da Caixa Econômica Federal; e a MP 601/12, que amplia os setores que poderão receber benefícios da desoneração da folha de pagamentos prevista no Plano Brasil Maior.
Reivindicação antiga
A redução da alíquota do Imposto de Renda sobre os ganhos relativos à participação nos lucros é uma antiga reivindicação das centrais sindicais, negociada com o governo. O relator da proposta, deputado Luiz Alberto (PT-BA), acredita que 60% dos beneficiários serão contemplados com a isenção total do imposto.
Quem recebe entre R$ 6 mil e R$ 9 mil terá de pagar 7,5% de Imposto de Renda. Para os ganhos entre R$ 9 mil e R$ 12 mil, a incidência será de 15%. De R$ 12 mil a R$ 15 mil, a alíquota é de 22,5%. A partir dessa faixa, o percentual sobe para 27,7%. As novas regras estão em vigor desde 1º de janeiro, mas sua continuidade depende da aprovação da medida provisória pelo Congresso. Pela regra anterior, essa participação era tributada separadamente dos demais rendimentos, conforme a tabela do Imposto de Renda vigente.
A medida provisória reforça a participação dos trabalhadores na negociação que definirá os valores a serem recebidos pelos empregados sobre o lucro da empresa. O texto prevê que a comissão responsável por essa definição será composta pelo mesmo número de representantes da empresa e dos funcionários.
Câmara decide se libera a criação de municípiosVeja outras matérias sobre assuntos econômicos

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dilma agradece senadores por aprovação de MP dos Portos

Governo estava apreensivo quanto a possibilidade de ver a medida perder a validade. Para líder do governo, quem ganhou com a aprovação da proposta foi o país

Marcelo Camargo
Dilma, de acordo com o presidente do Senado, estava feliz com a aprovação do texto
A presidenta Dilma Rousseff ligou para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e para o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), para agradecer pela aprovação da Medida Provisória 595/12 MP dos Portos. O texto, editado pelo governo em dezembro do ano passado para criar um novo marco regulatório para o setor portuário, só passou pelo crivo do Congresso no último dia de validade.
Segundo Renan, Dilma ligou antes mesmo da votação ser concluída. “Ela me ligou e eu não tinha proclamado o resultado, mas estava claro porque repetimos muitas votações. Ela agradeceu. Estava muito feliz. Nas palavras dela, o Brasil que ganhou. O país que é vitorioso, isso é bom para a modernidade, para a competitividade, para a geração de empregos, para a atração de investimentos. Ela estava muito feliz”, contou.
Braga acredita que a ligação da presidenta demonstra que é improvável que ela vete algum ponto do texto aprovado. “Não vejo mudanças na Câmara que tenham desestruturado ou alcançado a essência da MP. Ao contrário, acho que foi um debate importante para que todos pudessem ter noção da complexidade do texto. Eu acho que a presidenta tem obviamente a competência constitucional do veto, mas eu acabei de receber uma ligação da presidenta onde ela parabeniza o Congresso Nacional por uma vitoria importante para o país”, disse.
Durante o processo de discussão da matéria no Congresso, diversos parlamentares criticaram a decisão do governo de propor mudanças para o setor portuário por meio de uma medida provisória. Muitos defenderam que o governo deveria ter encaminhado um projeto de lei com urgência para que os parlamentares tivessem mais oportunidades de sugerir alterações. No entanto, Braga classificou a decisão do governo como uma estratégia “ousada” e disse que não há vencedores neste caso.
“É uma vitória de todos aqueles que contribuíram. O governo teve a iniciativa de encaminhar uma MP ousada que trata de um tema complexo, polêmico, com interesses difusos e nós, no Congresso, tivemos a capacidade de encontrar, no limite, um texto consensuado. Aquilo que não teve consenso foi disputado no voto, longamente, e que acabou sendo premiado com uma vitória para o país e para os brasileiros”, disse.
Dilma Rousseff também ligou para parabenizar o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na manhã desta quinta-feira (16) após a Câmara concluir o processo de votação

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Senado aprova a MP dos Portos por 53 votos a sete

Votação encerra batalha parlamentar que durou três dias e termina a apenas cinco horas do prazo finalA menos de 5 horas de perder a validade, o Senado aprovou a Medida Provisória dos Portos, a MP 595/2012. Ao contrário das sessões que vararam a madrugada duas vezes na Câmara dos Deputados (veja a galeria de fotos ao final do texto), e somaram 44 horas de discussão e votação, os senadores precisaram de apenas sete horas para confirmar o texto que veio da outra Casa Legislativa, sem alterações.
A proposta, que recebeu 53 votos a favor, sete contra e cinco abstenções, agora segue para a presidente Dilma Rousseff, que deve fazer vetos às modificações feitas no Congresso Nacional.
A MP tem sido vendida pelo governo como uma solução para modernizar o sistema portuário, abrindo a possibilidade de maior participação do setor privado nos investimentos.
Até o início da noite, a base aliada deixou os senadores da oposição e os independentes se revezarem nos discursos em plenário, numa tentativa de inviabilizar a votação da proposta. Contudo, os líderes aliados decidiram asfixiar quaisquer manobras regimentais dos oposicionistas.
A primeira iniciativa partiu do próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele rejeitou um pedido do líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), que queria apresentar novas emendas para a votação. Renan negou-lhe o direito com o argumento de que regimentalmente a fase de apresentação de emendas já havia encerrado.
Em seguida, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), deu o tiro fatal na tentativa da oposição de prolongar a discussão. Um requerimento dele propôs a rejeição em bloco dos nove destaques e emendas apresentadas pela oposição. Foi aprovado em votação simbólica. Eunício conversou ao telefone com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que lhe orientou a pedir a presença dos parlamentares. Três senadores do bloco liderado por ele, composto por 25 parlamentares, cancelaram o retorno aos seus Estados para participarem da votação. Antes mesmo da votação, o presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN), já admitia a derrota. "É uma sessão de cartas marcadas e já se sabe o resultado", disse.
Em minoria, os oposicionistas também reconheceram reservadamente que o recurso ao Supremo Tribunal Federal para congelar a tramitação da MP dos Portos não tinha chances para prosperar. O presidente do Senado reclamou da judicialização da matéria, classificando-o como sobejamente ineficaz. O pedido de liminar da ação não foi sequer apreciada pelo ministro Celso de Mello, designado relator no Supremo.
MP conhecida. Durante as discussões em plenário, os parlamentares reclamaram do pouco tempo para analisar a matéria. Apesar de ter orientado a bancada a favor da MP, o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), se disse profundamente constrangido em votá-la - o texto chegou ao Senado pouco antes das 10 horas da manhã. O senador Pedro Taques (PDT-MT) fez coro. "Não é possível votarmos uma fraude", disse. A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que o governo empurrou "goela abaixo" do Congresso a MP, que poderia ser mais discutida via projeto de lei.
O relator da MP na comissão mista, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), rebateu as críticas dos colegas que diziam não conhecer o texto que iriam votar. Segundo ele, a proposta só teve quatro alterações na Câmara. "Não me sinto de forma nenhuma constrangido em votar no dia de hoje (quinta-feira) o relatório que foi aprovado no dia 24 de abril de 2013 (na comissão)", disse. "Esta matéria foi discutida, debatida, amplamente divulgada e teve a participação direta e indireta dos senhores parlamentares", disse. "Encontramos um texto que, se não era o ideal, era o possível numa democracia."
Para aplacar as críticas, Renan Calheiros anunciou na abertura da sessão que, a partir de agora, nenhuma MP será analisada se não chegar ao Senado com um prazo mínimo de sete dias. O senador Jarbas Vasconcelos (PE), independente do PMDB, rebateu-o, dizendo que não tinha "nenhum motivo" para acreditar na palavra do presidente do Senado e abandonou o plenário para não fazer, como disse, "papel de bobo".

rCâmara rejeita pedido do PSDB e mantém MP dos Portos na pauta

  Sessão já é uma das mais longas da história do Parlamento. Medida ainda terá que ser apreciada pelo Senado

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Senado tem até a meia-noite para finalizar a votação da MP dos Portos


Mesmo antes de a Medida Provisória dos Portos ter sido aprovada na Câmara dos Deputados, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou sessão extraordinária para hoje com a finalidade exclusiva de votar a matéria. O Senado tem até a meia-noite de hoje para votar a MP. Do contrário, ela perde a validade por ultrapassar o tempo de 45 dias previsto pela Constituição para a sua tramitação no Legislativo.

Ontem, as discussões na Câmara, mais uma vez, avançaram além da meia-noite. Até o fechamento desta edição, três destaques à MP ainda precisavam ser apreciados pelos deputados.

Mas o governo já preparava a votação do Senado. Parlamentares aliados e ministros passaram o dia de ontem disparando telefonemas com apelos para que os senadores cancelassem compromissos em seus estados de origem e ficassem em Brasília nesta quinta-feira. Renan se comprometeu com o Planalto em viabilizar a votação em tempo recorde: menos de 24 horas depois de a MP ser aprovada na Câmara. Embora os senadores tenham fixado um prazo informal de 48 horas para a análise de MPs, o presidente do Senado disse que a “excepcionalidade” justifica atropelos nas normas da Casa.

O regimento do Senado também obriga a publicação da MP aprovada pela Câmara na versão impressa do “Diário do Congresso” antes de ela entrar na pauta. A disposição de Renan é ler o texto da MP em uma sessão extraordinária e, na sequência, colocá-la em votação. Mesmo com a mobilização, alguns senadores governistas admitem que a votação no último dia de prazo para vigência da MP é um risco.

Após mais de 25 horas de votação entre a terça e quarta-feira, preso em manobras da oposição e do PMDB, o governo federal foi forçado a recuar e apoiou a aprovação de uma emenda polêmica à MP dos Portos para tentar destravar a votação da medida provisória na Câmara. O ajuste ao texto permite a renovação de contratos de arrendamento em terminais portuários firmados depois de 1993, em troca de investimentos. O Palácio do Planalto derrubara a proposta, apoiada pelo PMDB, na discussão de terça-feira.

O lento avanço do texto no Congresso não impediu o governo de manter a confiança de que caberá à presidente Dilma Rous-seff a palavra final sobre as normas. O Palácio do Planalto já prepara os vetos a itens com os quais não concorda.

Vaivém de emendas confunde até especialistas

O vaivém de propostas na Medida Provisória dos Portos (MP 595) criou uma confusão até mesmo entre especialistas e representantes do setor. Apesar de a Câmara dos Deputados ter aprovado o texto principal, na terça-feira, ontem muitos ainda não conseguiam avaliar se as regras eram positivas ou negativas para os negócios no segmento.

Um dos motivos era a lista de destaques ainda pendentes de votação e que poderia mudar completamente o sentido das medidas aprovadas no dia anterior com apenas a inclusão de uma palavra. A outra explicação era exatamente a inclusão e exclusão de emendas na MP. “Ainda não sabemos como ficará a redação do documento. O que nos preocupa é que aprovaram sem entender bem como funciona o setor portuário”, lamenta o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli. “Meu temor é que no meio de todo o material haja contradições entre uma regra e outra. Virou uma Torre de Babel.”

Para o consultor da Porto Assessoria, Nelson Carlini, uma avaliação mais precisa sobre os efeitos da MP apenas poderá ser feita após a votação dos destaques e a passagem pelo Senado. Até agora, na opinião dele, uma das medidas mais positivas é a mudança em relação aos limites do porto público organizado.

Senado tem até a meia-noite para finalizar a votação da MP dos Portos

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LOGÍSTICA 16/05/2013 - 00h30min
Senado tem até a meia-noite para finalizar a votação da MP dos Portos
Mesmo antes de a Medida Provisória dos Portos ter sido aprovada na Câmara dos Deputados, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou sessão extraordinária para hoje com a finalidade exclusiva de votar a matéria. O Senado tem até a meia-noite de hoje para votar a MP. Do contrário, ela perde a validade por ultrapassar o tempo de 45 dias previsto pela Constituição para a sua tramitação no Legislativo.

Ontem, as discussões na Câmara, mais uma vez, avançaram além da meia-noite. Até o fechamento desta edição, três destaques à MP ainda precisavam ser apreciados pelos deputados.

Mas o governo já preparava a votação do Senado. Parlamentares aliados e ministros passaram o dia de ontem disparando telefonemas com apelos para que os senadores cancelassem compromissos em seus estados de origem e ficassem em Brasília nesta quinta-feira. Renan se comprometeu com o Planalto em viabilizar a votação em tempo recorde: menos de 24 horas depois de a MP ser aprovada na Câmara. Embora os senadores tenham fixado um prazo informal de 48 horas para a análise de MPs, o presidente do Senado disse que a “excepcionalidade” justifica atropelos nas normas da Casa.

O regimento do Senado também obriga a publicação da MP aprovada pela Câmara na versão impressa do “Diário do Congresso” antes de ela entrar na pauta. A disposição de Renan é ler o texto da MP em uma sessão extraordinária e, na sequência, colocá-la em votação. Mesmo com a mobilização, alguns senadores governistas admitem que a votação no último dia de prazo para vigência da MP é um risco.

Após mais de 25 horas de votação entre a terça e quarta-feira, preso em manobras da oposição e do PMDB, o governo federal foi forçado a recuar e apoiou a aprovação de uma emenda polêmica à MP dos Portos para tentar destravar a votação da medida provisória na Câmara. O ajuste ao texto permite a renovação de contratos de arrendamento em terminais portuários firmados depois de 1993, em troca de investimentos. O Palácio do Planalto derrubara a proposta, apoiada pelo PMDB, na discussão de terça-feira.

O lento avanço do texto no Congresso não impediu o governo de manter a confiança de que caberá à presidente Dilma Rous-seff a palavra final sobre as normas. O Palácio do Planalto já prepara os vetos a itens com os quais não concorda.

Vaivém de emendas confunde até especialistas

O vaivém de propostas na Medida Provisória dos Portos (MP 595) criou uma confusão até mesmo entre especialistas e representantes do setor. Apesar de a Câmara dos Deputados ter aprovado o texto principal, na terça-feira, ontem muitos ainda não conseguiam avaliar se as regras eram positivas ou negativas para os negócios no segmento.

Um dos motivos era a lista de destaques ainda pendentes de votação e que poderia mudar completamente o sentido das medidas aprovadas no dia anterior com apenas a inclusão de uma palavra. A outra explicação era exatamente a inclusão e exclusão de emendas na MP. “Ainda não sabemos como ficará a redação do documento. O que nos preocupa é que aprovaram sem entender bem como funciona o setor portuário”, lamenta o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli. “Meu temor é que no meio de todo o material haja contradições entre uma regra e outra. Virou uma Torre de Babel.”

Para o consultor da Porto Assessoria, Nelson Carlini, uma avaliação mais precisa sobre os efeitos da MP apenas poderá ser feita após a votação dos destaques e a passagem pelo Senado. Até agora, na opinião dele, uma das medidas mais positivas é a mudança em relação aos limites do porto público organizado.

terça-feira, 14 de maio de 2013

 Câmara aprova texto-base da MP dos Portos

Depois disso, deputados começaram a discussão de 29 emendas.
Se for concluída votação na Câmara, Senado terá de votar nesta quarta.

Fabiano Costa e Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

A Câmara aprovou por meio de votação simbólica na noite desta  terça-feira (14) o texto principal da medida provisória conhecida como MP dos Portos.
Depois da aprovação, os deputados iniciaram a discussão de 29 emendas (alterações do texto original). Somente depois disso, é que a votação pode ser considerada concluída.
Para não perder a validade, a MP tem de ser votada na Câmara e Senado até quinta-feira (16). O Senado aprovou estender a sessão do dia para receber ainda nesta terça (14) o texto que vier a ser aprovado na Câmara.
O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), defendeu a aprovação do texto-base, mas ressaltou que o partido tem interesse em alterar a proposta por meio de emendas.
Uma manobra do PT forçou Cunha a substituir sua versão da MP dos Portos que alterava trechos do texto original e contrariava planos do governo para abertura do setor.  A manobra consistiu na retirada de uma emenda do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) da emenda aglutinativa (que reúne várias emendas individuais) apresentada por Eduardo Cunha.
O que é a MP dos Portos
A medida provisória  595/2012, conhecida como MP dos Portos, estabelece novos critérios para a exploração e arrendamento (por meio de contratos de cessão para uso) para a iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos. Leia mais
O governo quer que apenas as concessões de áreas em portos públicos passem por licitação para serem exploradas.  A proposta de Luiz Sérgio queria colocar a exigência de licitação para portos públicos e privados.
O petista propunha que as autorizações para exploração de portos privados fossem feitas por meio de licitação, e não por chamada pública ou processo seletivo, como defendia o governo federal. O PMDB teve que abrir mão da emenda depois que Luiz Sérgio solicitou a retirada da proposta.
O novo texto da bancada do PMDB é mais enxuto que a versão anterior, encabeçada por Cunha, que gerou um mal-estar com o Palácio do Planalto e motivou uma troca de acusações no plenário da Casa.
Mesmo assim, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que “não há acordo” e que o PT votará contra as alterações.
O texto da nova emenda assinada por Eduardo Cunha mantém a previsão de procedimentos de licitação, em portos públicos, a serem realizados pelos estados, e não apenas pelo governo federal.
A proposta do PMDB prevê a possibilidade de a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) delegar à administração do porto a organização dos procedimentos de licitação para exploração de serviços portuários.
O texto original faculta apenas à Agência Nacional de Tranporte Aquaviário (Antaq) a prerrogativa de realizar a licitação para concessão e arrendamento dos portos.
A alteração feita pelo PMDB é apoiada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), potencial candidato à Presdiência, porque garantiria maior participação do estado na administração do Porto de Suape. O texto original concentra no governo federal todo o poder de contratação e elaboração de editais de licitação.
O texto da nova emenda do PMDB também prevê a possibilidade de ampliar a área do porto, após audiência pública, em caso de “justificado interesse público”. A decisão final sobre as alterações propostas pelo PMDB será no voto, já que o governo não entrou em acordo com a sigla pelas alterações.


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