Lula Marques/Folha
PSDB e DEM voltaram à máquina de calcular. Feitas as contas, a oposição concluiu que está a sete votos de mandar ao tútumlo, no Senado, a CSS, nova versão da CPMF.
Há no Legistativo 81 senadores. Como o presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) não vota, o número de votantes cai para 80.
Para aprovar a CSS, inserida num projeto de lei complementar, o governo precisa de 41 votos.
Oito a menos do que os 49 votos que não conseguiu obter para renovar, em dezembro de 2007, a emenda constitucional que renovava a CPMF até 2011.
Para rejeitar a CSS, a oposição precisa levar ao painel eletrônico do Senado pelo menos 40 votos “não”, seis além dos 34 que obteve no ano passado.
Juntos, tucanos e ‘demos’ dispõem de 27 senadores, 28 contando com José Nery (PSDOL-PA). Há seis meses, mandaram a CPMF à cova com o auxílio de seis dissidentes de legendas governistas:
1) Expedito Jr. (PR-RO); 2) Geraldo Mesquita (PMDB-AC); 3) Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE); 4) Mão Santa (PMDB-PI); 5) Romeu Tuma (PTB-SP); e 6) César Borges (PR-BA).
Consultados pela oposição, José Nery, do PSOL, e cinco dos seis governistas que se insurgiram contra a CPMF em dezembro se dispuseram a repetir o gesto na votação da CSS.
Só o insurreto César Borges (PR-BA) ameaça dar pra trás. Computada a baixa, PSDB e DEM precisam de mais sete votos para enterrar a CSS.
A oposição acha que está na bica de obter o que precisa. Vai abaixo a relação de senadores que votaram a favor da CPMF e que, pelas contas da oposição, admitem dizer “não” à CSS:
1. João Vicente Claudino (PTB-PI);
2. Renato Casagrande (PSB-ES);
3. Osmar Dias (PDT-PR);
4. Delcídio Amaral (PT-MS);
5. Patrícia Sabóia (PDT-CE);
6. Flácio Arns (PT-PR);
7. Gerson Camata (PMDB-ES).
Somando-se os 28 oposicionistas (incluindo José Nery, do PSOL), os cinco goernistas que se sublevaram contra a CPMF e os sete neo-dissidentes, chega-se ao placar mínimo de 40 necessário para a rejeição da CSS.
Resta agora saber se os sete novos poenciais desertores de fato converterão a contrariedade que espraiam pelos bastidores em votos contrários à CSS.
Um deles, Renato Casagrande (ES), líder do governista PSB, não chega a antecipar o voto em público.
Mas afirma que, se o governo mantiver o grau de mobilização que exibiu na Câmara, as chances de arrancar a CSS do Senado são “próximas de zero.”
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