BRASÍLIA - O primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse ontem que a demissão dos diretores da Casa vai continuar na próxima semana. Segundo ele, os primeiros 50 diretores afastados dos cargos atuavam em órgãos que não comprometem "áreas estratégicas" do Senado.
Ontem, o Senado divulgou os nomes e respectivos cargos dos 50 diretores exonerados pela Casa Legislativa depois que veio à tona a informação de que a instituição possui o total de 181 diretores. Entre os diretores que vão perder suas funções estão Elias Lyra Brandão e Francisco Carlos Melo Farias, responsáveis, respectivamente, pela coordenação administrativa de residências e a coordenação aeroportuária.
Farias era responsável por assessorar os senadores no Aeroporto Internacional de Brasília, nos embarques e desembarques. Ele trabalhava fisicamente no aeroporto, numa espécie de auxiliar de "check in" dos parlamentares. Brandão, por sua vez, administrava os apartamentos funcionais do Senado e ficava instalado no subsolo de um dos imóveis.
O diretor de Anais, Flávio Romero Moura da Cunha Lima, também perdeu o cargo de comando - mesmo depois de fazer um apelo a Heráclito para permanecer na função.
Heráclito brincou com a nomenclatura do cargo ao afirmar que o diretor de Anais é de extrema importância para o Senado - por ser responsável por todos os registros de documentos da instituição. "Ontem se fez uma campanha danada contra o diretor de Anais, que me procurou muito triste", disse o senador.
O diretor de Proteção a Autoridades também perdeu o status de comando na "limpeza" realizada pela primeira secretaria nas 50 diretorias. Além do diretor que protegia as autoridades, o diretor de "Polícia Ostensiva" do Senado, José Milton de Moraes, perdeu o cargo. A secretária responsável por coordenar os estagiários do Senado, Maria de Fátima Araújo, que também tinha cargo de direção, perdeu a função.
Os diretores do quadro perdem as gratificações, que variam de R$ 2.064,01 a R$ 2.229,13, e voltam às suas funções originais. Neste primeiro momento, foram afastados apenas diretores concursados. No futuro, os não concursados que perderem os cargos serão demitidos.
Heráclito não adiantou quantos dos atuais 181 diretores do Senado serão exonerados -embora o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tenha afirmado que sua disposição é cortar os cargos pela metade.
Heráclito disse que ainda não definiu o critério para os cortes nas diretorias, mas afirmou que serão extintas aquelas que "não têm razão de ser". O Senado, segundo Heráclito, não pretende realizar novos concursos públicos para preencher as vagas abertas com a saída de servidores.
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