Parlamento & Parlamentares (Blog N. 246 do Painel do Coronel Paim) Parceria: Jornal O Porta-Voz

sábado, 31 de março de 2012



Senador do DEM era
chamado de "chefe" ediscutia ações no Congresso 


'Chefe', senador discutia ações no Parlamento


MSN

Um dos principais operadores da organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, o sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, tratava o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) por 'chefe'. Diálogo telefônico interceptado pela Polícia Federal em junho de 2009, no âmbito da Operação Vegas, mostra Demóstenes em posição de comando, passando ordens para Dadá e coordenando ações dentro do Senado.
'Entendeu o que eu falei?', indaga Demóstenes ao final da explicação sobre as ações desenvolvidas no Parlamento. 'Entendi, entendi. Eu vou avisar pra eles, mas... mesmo assim ficou bom, né chefe?', responde Dadá.
Referindo-se à mobilização política que comandava para aprovação de medidas legislativas, Demóstenes atualiza o ex-sargento: 'É, ficou bom porque dá pra acudir, foi bom ter trazido o tema, (mas) não dá pra fazer nada em uma semana, nada, a não ser discurso. Isso não resolve, até porque eu já tô com a lista que você me passou. É... na hora que o presidente anunciar o negócio, eu convoco uma audiência pública pra discutir o tema'.
Dadá demonstra ter contatos na mídia para difundir interesses do grupo: 'Aí eu aviso a imprensa'. Demóstenes encerra a ligação, de menos de três minutos: 'Mas pode ter certeza que o negócio vai ser polêmico'.
A operação Vegas, realizada em 2009, levantou indícios que resultaram em outra operação, a Monte Carlo, desencadeada em 29 de fevereiro passado, na qual foi desarticulara uma ampla rede de jogos ilegais comandada por Cachoeira. Ele e Dadá estão presos à disposição da Justiça.
A Vegas indiciou várias pessoas, mas a parte que alcança Demóstenes e outros parlamentares era desconhecida até agora porque, por envolver réus com prerrogativa de foro especial, a investigação dependia de pedido de inquérito da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que não foi feito na ocasião.
Gravações. As primeiras gravações da Operação Vegas foram divulgadas esta semana pelo jornal O Globo e Jornal Nacional. Elas mostram que Demóstenes usou o mandato para intermediar interesses de Cachoeira, de quem receberia propinas, presentes caros e favores. O Globo revelou conversas em que ele acerta com Cachoeira táticas que vão da interferência em processo judicial ao lobby pela legalização dos jogos de azar. Demóstenes trata até de licitações na Infraero na época em que era relator da CPI do Apagão Aéreo.
Nas conversas, em que Demóstenes chama Cachoeira de 'Professor' e é tratado de 'Doutor', o contraventor, como informou o jornal, manda o senador fazer um levantamento sobre um projeto de lei relacionado a jogos de azar. Em razão das provas, o STF abriu inquérito e quebrou o sigilo bancário do senador.
Demóstenes confirmou que é amigo de longa data de Cachoeira, mas silenciou-se quando surgiram as provas do envolvimento dele com a organização. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro disse que os diálogos que incriminam o senador foram colhidos de forma ilegal e serão anulados. 'O senador está muito abalado com as acusações que ferem sua imagem, mas juridicamente estamos tranquilos.'

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quinta-feira, 29 de março de 2012

Ex-alvo de Demóstenes, Sarney vira ‘estilingue’ (Josias de Souza)



Alvejado por Demóstenes Torres (DEM-GO), que pediu seu afastamento
da  presidência do Senado no escândalo dos atos secretos, em 2009, José 
Sarney (PMDB-AP) agora segura o estilingue.


Instado a comentar as relações de Demóstenes com o contraventor Carlinhos Cachoeira, Sarney disse: “As denúncias são graves e o que temos é que colocar em andamento as representações que forem feitas. Se trata de um assunto grave.”
Com essa afirmação, Sarney deixou claro que vai enviar ao Conselho de Ética a representação já formulada pelo PSOL contra Demóstenes. Nesta quinta (29), o tetrapresidente do Senado reuniu-se com o Jayme Campos (DEM-MT).
Colega de partido de Demóstenes, Jayme é vice-presidente do Conselho de Ética. No momento, responde pela presidência do colegiado, já que o titular da cadeira, o sarneyzista João Alberto (PMDB-MA), licenciou-se do mandato para assumir uma secretaria do governo maranhense de Roseana Sarney.
Agendou-se para 10 de abril uma reunião do Conselho de Ética, para a eleição de um novo presidente, a quem caberá conduzir o processo contra Demóstenes. Um processo que, no limite, pode desaguar num pedido de cassação do mandato do senador
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quarta-feira, 28 de março de 2012


DEM vê naufragar o projeto ‘Demóstenes-2014 (Josias de Souza)


DEM vê naufragar o projeto ‘Demóstenes-2014’
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Josias de Souza
Em 6 de dezembro de 2011, discursando numa convenção do DEM, Demóstenes Torres soou como candidato a 2014. O partido “não pode mais ser coadjuvante”, disse, dirigindo-se a uma platéia que sonha com o dia em que se desacoplará do PSDB. “É melhor ser cabeça de cachorro do que rabo de leão.”
O colega Jayme Campos, senador pelo Mato Grosso, enxergou na calva do colega uma juba invisível: “Vamos saudar nosso candidato a presidente, Demóstenes Torres.” Seguiram-se aplausos efusivos. Decorridos três escassos meses, Demóstenes parece mais próximo da renúncia ao Senado. Um cacique do DEM que ajudou a engrossar as palmas lamentava, na noite passada: “Nossa aposta virou cachorro morto.”
Um momento crucial das biografias é o encontro do homem com seu erro. Demóstenes avistou-se com o erro, constatam todos os que o conhecem –ou imaginavam conhecer— no instante em que aproximou sua biografia à folha corrida do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Se a atuação de Demóstenes no Senado ensinou alguma coisa, é a não esperar qualquer tipo de intenção altruísta de personagens como Cachoeira. Quando se achegam a pessoas influentes, não buscam amizade, mas o intercâmbio de favores que lhes facilitem a sobrevivência.
Em conversa com um amigo, José Agripino Maia, o presidente do DEM, lamentou: “Abriu-se um abismo entre o discurso do Demóstenes e a prática” insinuada nas páginas dos documentos da Polícia Federal.
Outra voz influente do partido espanta-se com o abatimento de Demóstenes. “Nas conversas conosco, ele não consegue passar segurança em relação ao que está por vir”. Pedro Taques (PDT-MT), um senador que tocava na banda de Demóstenes, choca-se com o já visto: “É muito grave”.
Demóstenes não possui estatura avantajada. Antes atarracado, ganhou aparência franzina depois de um regime seguido de cirurgia. Agigantava-se, porém, no meio de um Senado majoritariamente composto de pequenos homens.
Batizado com nome de orador grego (Δημοσθένης, na grafia original), Demóstenes esbanjava eloquência de linguagem. Afigurava-se tão dotado de valores morais e princípios éticos que deixava antever um roteiro inevitável.
Assim como a primavera se sucede ao inverno e o verão vem depois da primavera, assim também a carreira política do advogado Demóstenes –ex-delegado de polícia, ex-secretário de Segurança de Goiás e promotor de Justiça licenciado— o conduziria às mais altas funções da República.
Foi então que se descobriu que o senador já se havia encontrado com seu erro. Não foi nenhum golpe de azar. Carlinhos Cachoeira tornara-se nacionalmente conhecido em 2004. Aparecera em vídeo oferecendo propina a Waldomiro Diniz, protagonista do primeiro escândalo da Era Lula.
No campo jurídico, ensina o colega Pedro Taques, ex-procurador da República, Demóstenes é credor do beneficío da dúvida e do direito ao contraditório. Porém, no universo da política, a simples proximidade com Cachoeira, por inqualificável, tornou-se fácil de qualificar.
A coisa pareceu impensável quando se descobriu que o senador recebera do contraventor uma geladeira e um fogão importados. Da tribuna, Demóstenes admitiu, em discurso de 6 de março, a amizade tóxica. Disse que as peças de cozinha foram presentes de casamento. A “boa educação” o impedira de recusar.
Do impensável, foi-se ao inacreditável. O senador reconheceu dias depois que se comunicava com o malfeitor por meio de um aparelho de rádio antigrampo habilitado em Miami. Espanto, pasmo, estupefação! Que conversas teria alguém com nome de orador grego com um Cachoeira cuja atividade é uma cascata de ilegalidades?
Prevalecendo sobre o equipamento, a Polícia Federal escutou três centenas de diálogos. Do inacreditável, evoluiu-se para o inaceitável. Relatório policial enviado à Procuradria-Geral da República em setembro de 2009 informou que a voz de Demóstenes soou num grampo pedindo a Cachoeira R$ 3 mil para pagar uma fatura de táxi aéreo.
Senadores que haviam se solidarizado com Demóstenes no discurso da geladeira e do fogão passaram a cobrar dele um comportamento de Demóstenes. Exigiram novas explicações. Agripino apressou-se em expressar o “incômodo” que a “dúvida” instila no DEM.
Nesta terça (27), exilado em seu gabinete, um Demóstenes silencioso falou por escrito. Redigiu dois ofícios. Num, informou a Agripino sua decisão de renunciar à liderança do DEM. Noutro, esclareceu a José Sarney, presidente do Senado, que só voltará à tribuna depois de conhecer o inteiro teor das acusações que o espreitam.
O político celebrado como “candidato a presidente” na convenção de dezembro tornou-se pré-candidato a réu. Com atraso de dois anos e meio, o procurador-geral da República Roberto Gurgel requereu ao STF a abertura de inquérito contra Demóstenes e outros políticos pilhados nas escutas da PF.
Demóstenes, o promotor, sabe que tudo o que for dito agora por Demóstenes, o senador, poderá ser usado num futuro próximo contra Demóstenes, o potencial denunciado. Por isso, o orador loquaz dá lugar ao advogado cauteloso.
Considerando-se os dois campos esboçados pelo ex-procurador Pedro Taques –o mundo dos tribunais e o universo do Legislativo— a nova tática de Demóstenes pode ser útil à formulação de sua defesa. Como estratégia política, o silêncio faz dele um senador hemorrágico.
A única vez em que o DEM teve candidato próprio ao Planalto foi em 1989. Numa época em que ainda se chamava PFL, a legenda foi às urnas representada por Aureliano Chaves. Amealhou ridículos 0,9% dos votos. Terminou em oitavo lugar.
Desde então, o ex-pefelê frequenta a cena política como força auxiliar do tucanato. Esvaziado pelo PSD do desertor Gilberto Kassab, o DEM –ou um pedaço expressivo do partido— via em Demóstenes um projeto de alforria.
Ao encontrar-se com seu erro, Demóstenes tornou-se uma espécie de ex-Demóstenes. E o DEM voltou a flertar com o seu destino de “rabo de leão.” Dependendo de como terminar a administração Dilma Rousseff, pode ter de associar-se a um PSDB sem juba.
Quanto a Demóstenes, está como que condenado ao mesmo tipo de tratamento que costumava dispensar aos transgressores que tinham o azar de cruzar-lhe o caminho. Ao misturar-se com Cachoeira, o ex-presidenciável tropeçou no erro. Passou adiante, sem desconfiar de que o erro é o erro. Sendo quem era, deveria ter olhado para o erro e proclamado: “Ali está o erro”.
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terça-feira, 27 de março de 2012


Senadores cobram explicações de Demóstenes (Josias de Souza)

O senador Demóstenes Torres (GO), líder do DEM, tornou-se alvo de cobranças pluripartidárias. Nesta segunda (26), três senadores exigiram, enfaticamente, explicações do colega sobre as denúncias que o ligam ao contraventor Carlinhos Cachoeira.
Pedro Taques (PDT-MT) discursou da tribuna: “Não podemos tapar o Sol com a peneira. O caso Demóstenes Torres é grave. Esta Casa não terá moral para intimar qualquer cidadadão a depor nas suas comissões se não ouvirmos os esclarecimentos do senador.”
Taques disse ter conversado com o próprio Demóstenes: “Disse a ele, com o respeito que tenho pelo seu trabalho [como promotor de Justiça e senador] há mais de 16 anos, que a situação é grave e merece esclarecimentos.”
“Não se apresenta como razoável que um senador da República possa trocar esse número de telefonemas [cerca de 300 ligações] com um cidadão voltado para a prática do crime”, disse Taques. “Nao se afigura como razoável que possa usar telefone [antigrampo] habilitado em Miami.”
Taques fez uma distinção entre os “campos jurídico e político”. No primeiro, disse ele, “existe o princípio da presunção de inocência”. No segundo, “temos que agir politicamente, como agiríamos com qualquer outro cidadão.”
Para Taques, “o Senado não pode se omitir.” Sob pena, de “perder a moral para intimar qualquer cidadão que, por acaso, apareça no programa televisivo de domingo envolvido em escândalos.” Referia-se às denúncias divulgadas na véspera pelo Fantástico contra o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do PP.
“Estamos aguardando os esclarecimentos do senador Demóstenes”, concluiu Taques. “Mas não podemos apenas esperar. Até quando o procurador-geral da República irá aguardar para instalar inquérito policial em desfavor do senador Demóstenes?”, indagou.
No noticiário do final de semana, informou-se sobre a existência de inquérito enviado ao procurador-geral Roberto Gurgel em setembro de 2009. Na peça, Demóstenes é acusado de pedir a Carlinhos Cachoeira o pagamento de despesa de R$ 3 mil pelo uso de um táxi aéreo. Decorridos dois anos e meio, Gurgel nada fez.
Também o senador Jorge Viana (PT-AC), cobrou explicações de Demóstenes da tribuna. Lembrou que, quando vieram à luz as primeiras denúncias, defendeu junto aos colegas da bancada petista que não submetessem Demóstenes à condenação prévia. Recordou que foi um dos que apartearam o colega, quando ele disse da tribuna, em 6 de março, que suas relações com Cachoeira eram apenas de amizade.
Desde então, disse Viana, “o noticiário agrava a situação de Demóstenes a cada dia.” Assim, do mesmo modo que deu “voto de confiança” ao senador, pede agora que Demóstenes “volte à tribuna para se posicionar sobre os novos fatos”.
Viana soou assim: “Nós, que ocupamos mandatos, temos que dar satisfação das nossas vidas. O senador Demóstenes é, talvez, o que mais bem tem utilizado a tribuna. Nesse momento em que sua vida pública tem sido questionada, eu ficaria bastante confortável de ouvi-lo. Tem uma apreensão muito grande nesse Senado.”
Em aparte a Viana, a senadora Ana Amelia (PP-RS) endossou-o: “Não tenho compromisso com o erro. No início da sessão, fiz referência ao caso que foi noticiado pelo Fantástico envolvendo ministro do meu partido [Aguinaldo Ribeiro]. Da mesma forma menciono o caso Demóstenes, que precisa prestar os esclarecimentos necessários diante do agravamento das denúncias.”
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segunda-feira, 26 de março de 2012

MPF move ação contra 76 nomeações ‘secretas (Josias de Souza)


A Procuradoria da República protocolou na Justiça ação contra o Senado e 76 pessoas que ingressaram em sua folha pela janela, sem concurco público.
O Ministério Público pede à Justiça Federal de Brasília que anule as nomeações.
O trem da alegria foi levado aos trilhos que conduzem às arcas do Tesouro por meio de um ato secreto do Senado.
Editada em 1991, a peça não foi publicada. Só veio à luz em 2009, quando ganhou s manchetes o escândalo dos atos secretos.
Descobriu-se, então, que 76 pessoas contratadas como estagiárias haviam sido efetivadas secretamente.
Em vez de mandar os beneficiários ao olho da rua, o Senado ratificou as nomeações. Daí a ação da Procuradoria.
Desde a conversão dos atos secretos em escândalo, já lá se vão quase três anos, o Senado promote aprovar uma reforma administrativa.
Encomendaram-se à Fundação Getúlio Vargas dois estudos. Custaram à Viúva, veneranda e desprotegida senhora, R$ 600 mil. A reforma encontra-se emperrada na Comissão de Justiça do Senado. E nada.
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sábado, 24 de março de 2012


Grampos revelam favores de bicheiro a senador (Josias de Souza)


Iniciado há 15 dias, em ritmo de conta-gotas, o vazamento de dados que ligam Demóstenes Torres ao contraventor Carlinhos Cachoeira ganhou uma dinâminca de enxurrada. Líder do DEM no Senado, notabilizado pelo discurso ético-oposicionista, o senador encontra-se num ambiente muito parecido com um abismo.
O repórter Rodrigo Rangel trouxe à luz transcrições de grampos captados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
São diálogos do ano passado. Conversas que revelam a intimidade de Demóstenes com Cachoeira e indica a concessão de favores do explorador de jogos ilegais ao senador, um promotor licenciado.
Num dos diálogos, ocorrido em 4 de junho de 2011, Demóstenes diz a Cachoeira que seu tablet enguiçara. O amigo o tranquiliza. A PF resumiu a conversa em seu relatório:
“Demóstenes reclama que seu iPad deu pau, Carlinhos diz que vai mandar alguém entregar um novo.”
Dias antes, em diálogo telefônico de 20 de maio de 2011, o senador conversa com o bicheiro sobre avião. “Carlinhos oferece aeronave para Demóstenes”, eis o título anotado pela PF nesse ponto de seu relatório. O documento reproduz trechos da conversa:
Demóstenes – Fala, professor.
Cachoeira – Não esquece do avião não, tá aí esperando, tá?
Demóstenes – Já liguei pra ele, tô indo lá, dei uma enrolada aqui.
Mais cedo, o Globo já havia informado sobre a existência de outro inquérito, anterior à Operação Monte Carlo.
Nesse processo, Demóstenes soa num grampo pedindo R$ 3 mil a Cachoeira para pagar uma despesa com táxi aéreo. A PF acusa-o também de ter compartilhado com o bicheiro informações obtidas nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Noutra notícia, redigida pelo repórter Leandro Fortes, informa-se que a PF acusa Demóstenes de ter extraído vantagens financeiras milionárias de seu relacionamento com Cachoeira.
Coisa de R$ 50 milhões. Em seus relatórios, a PF sustenta que o senador amealharia 30% dos negócios ilícitos do amigo, estimados em R$ 170 milhões.
Se 5% do que a PF diz de Demóstenes for confirmado, o país estará diante de um personagem que é o avesso do avesso do que diz ser.

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sexta-feira, 23 de março de 2012


Demóstenes pediu dinheiro a Cachoeira, diz PF (Josias de Souza)

Em relatório enviado à Procuradoria Geral da República, a Polícia Federal informou que o senador Demóstenes Torres, líder do DEM, pediu dinheiro ao bicheiro e explorador de caça níquéis Carlinhos Cachoeira.
A notícia ganhou as páginas do Globo. De acordo com o jornal, o documento da PF foi enviado à Procuradoria em 15 de setembro de 2009. E o procurador-geral da República Roberto Gurgel nada fez.
O relatório baseou-se em investigações que varejaram os negócios ilícitos de Cachoeira na cidade goiana de Anápolis.
Trata-se de apuração anterior à recente Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira e Cia..
O trabalho da PF incluiu a realização de escutas telefônicas. Num dos grampos, anota o relatório, Demóstenes pede a Cachoeira que pague uma despesa de R$ 3 mil. Coisa relativa à utilização de um táxi aéreo.
No mesmo documento, a PF menciona indícios que apontam para relações impróprias de dois deputados federais com Cachoeira: Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO).
Demóstenes conversava com Cachoeira por meio de um Nextel. Aparelho habilitado “nos Estados Unidos”, na expectativa de que fosse imune a grampos.
Ouvido, Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado de Demóstenes, confirmou que seu cliente uso o Nextel. Nada disse sobre o suposto pedido de dinheiro.
Procurado, Roberto Gurgel manifestou-se por meio da assessoria.
Mandou dizer: aguarda a conclusão da Operação Monte Carlo para saber se aciona ou não os parlamentares junto ao STF.
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quinta-feira, 22 de março de 2012

Aliança de governistas rebelados com oposição para Câmara e impede votação da Lei da Copa (Josias de Souza)


O Planalto decidiu testar a amplitude da rebeldia do seu conglomerado na Câmara. Tentou votar o projeto da Lei Geral da Copa. Não conseguiu. Governistas rebelados juntaram-se à oposição e paralisaram o plenário. A obstrução coletiva forçou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a derrubar a sessão.
Antes de deliberar sobre a proposta da Copa, os insurretos exigem que seja marcada a data de votação de outro projeto espinhoso: o Código Florestal. Juntaram-se à obstrução a maioria dos partidos governistas –do PMDB ao PDT, passando pelo PSD de Gilberto Kassab. Entre os que queriam votar, apenas o PT, PSB e PP.
Foi a voto um requerimento da oposição que pedia que o projeto da copa fosse retirado da pauta. Rendido às evidências, o líder de Dilma Rousseff na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), liberou as legendas do condomínio governista para votarem como desejassem.
Apurados os votos, não foi atingido no painel o quórum mínimo de 157 deputados exigido para o prosseguimento da sessão. Prevaleceu a obstrução. Embora o plenário estivesse cheio, os deputados fugiram do painel, impondo ao governo uma derrota constrangedora.
Ficou evidente que, se não marcar uma data para a votação do Código Florestal, o Planalto não arrancará da Câmara uma decisão sobre a Lei Geral da Copa.
Conforme já noticiado aqui, a maioria governista dissolveu-se no debate sobre o Código Florestal. Nessa matéria, sumiu a lógica que costuma acomodar as bancadas do governo de um lado e as da oposição de outro. Sozinhos, os oposisionistas PSDB, DEM e PPS seriam esmagados, como de hábito.
O problema é que, trincado, o Planalto não teve como passar o trator. Os agrodeputados, um contingente estimado em mais de 220 votos, espraiam-se por todas as legendas, inclusive as governistas. A divisão da tropa de Dilma ficou especialmente evidenciada nas manifestações dos líderes dos dois maiores partidos do condomínio.
Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, associou-se à paralisia: “A lei da Copa é importantíssima. Mas tenho que me curvar à maioria da minha bancada, que tem posições diferentes. Para não radicalizar, para abrir espaço de negociação, para ajudar o nosso governo, o PMDB entra em obstrução.”
Jilmar Tatto (SP), líder do PT, discursou em sentido oposto: “O que está acontecendo neste plenário é inadmissível. Recusa-se a discussão de um compromisso que o governo assumiu com a Fifa. […] O que os ruralistas, predadores ambientais com representação nesta Casa, estão querendo é atrapalhar o cronograma da Copa.”
Tatto chamou o bloco governista à “responsabilidade”. Ao tachar os ruralistas de “predadores ambientais” obteve o oposto. O PR, que não havia aderido à “obstrução”, mudou de posição. “Faltou tato ao líder do PT”, justificou o líder da legenda.
No comando da bancada do PSOL, o ex-petista Chico Alencar (RJ) resumiu a cena: “A situação está de vaca desconhecer bezerro. A base do governo chega aqui e diz que o líder Tatto não teve tato. Para nós, ele falou com clareza. Não podemos permitir a decepação das regras ambientais do Brasil. No mais, a lei da Copa parece que foi reduzida a lei do copo. Só se discute a liberação de bebida nos jogos.”
Líder do DEM, o deputado ACM Neto (BA) emoldurou o quadro: “O governo derrotou o governo. Na base da imposição, não se chega a lugar nenhum”. De fato, ficou evidente: ou o governo lambe suas feridas e recosta os cotovelos sobre a mesa de negociação ou arrisca-se a não sair do lugar. Negociando, pode apressar a aprovação da Lei da Copa. Quanto ao Código Florestal, tornou-se uma derrota esperando para acontecer.
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terça-feira, 20 de março de 2012


Dilma ignora provocação de aliados e nega crise

Líder do PSB comparou situação com a de Collor, que ignorava o Congresso
Reuters
Apesar das seguidas e visíveis ações dos aliados contra o governo, que não tem garantia de vitória nas matérias que devem ser votadas nesta semana no Congresso, a presidente Dilma Rousseff considera que não há uma crise na base aliada. Para ela, há problemas com as mudanças nas lideranças congressistas e, com o tempo, os aliados se acalmarão.
Leia mais notícias no R7 
Ao menos esse é o discurso que os assessores próximos à presidente tentam disseminar, apesar de diariamente partidos anunciarem que reunirão suas bancadas no Congresso para avaliar seu apoio ao Executivo. Segundo relato de um deles, quando a presidente é questionada sobre crise política responde de bate pronto: "Que crise?"
A negação da crise pode se tornar algo ainda mais perigoso para a presidente, já que a pressão dos partidos aliados continua crescendo e não houve respostas claras às reivindicações. Nesta terça (20), por exemplo, o PR reúne presidentes dos diretórios regionais e pode decidir institucionalmente ir para a oposição.
São sete votos a menos para o governo no Senado. E se os deputados do PR seguirem o mesmo caminho, serão 40 votos a menos na Câmara.
- Sempre teve um grupo entre 10 e 12 deputados que queria fazer oposição ao governo", contou um parlamentar do partido sob condição de anonimato.
Também nesta terça, o PSC reúne seus deputados para decidir como atuarão na Câmara. Eles também estão articulados com o PTB. Somadas, as bancadas têm 39 votos.
Na segunda-feira (20), o deputado Hugo Leal (PSC-RJ) disse que ainda está "tentando entender o que está ocorrendo".
- A gente quer saber a dimensão do nosso espaço. Já foram trocados três ministros e não fomos convidados.
Há pelo menos duas semanas, Dilma passa por embates com os congressistas aliados. Primeiro, teve que se reunir com o vice-presidente Michel Temer depois que 54 dos 78 deputados do PMDB assinaram um manifesto reclamando da relação com o governo e da proeminência do PT nos cargos de primeiro escalão.
Depois, a presidente sofreu sua derrota no Congresso ao ver rejeitada no Senado a recondução de Bernardo Figueiredo para a direção-geral da ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres), um técnico de sua confiança. Após a derrota e o manifesto, Dilma decidiu trocar seus líderes no Congresso, o que gerou novos descontentamentos pela forma e pelas escolhas feitas.

Confira também

  • Dilma testa apoio de aliados esta semana

  • Ministra cobra fidelidade de partidos

  • PR quer retaliar governo
O coordenador da bancada nordestina no Congresso, deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) disse que "a dona Dilma tem que tomar cuidado, porque a relação dela com o Congresso está igual a do Collor". Ele lembrou que um dos motivos que levaram ao impeachment do ex-presidente foi seu desprezo pelos congressistas.
A bancada do Nordeste, que reúne 153 deputados, também está descontente com o tratamento recebido do governo, mas reivindica especificamente a renegociação das dívidas de produtores rurais nos Estados da região e a suspensão imediata das execuções dos débitos promovidas pelo Banco do Brasil e pelo Banco do Nordeste.
Patriota ameaçou "votar contra o governo até resolver essa situação". Ele pretende levar na próxima quinta-feira (22) um ofício reivindicatório sobre as dívidas agrárias da região a Dilma.
O deputado, no entanto, dificilmente conseguiria mobilizar todos os 153 deputados da região, já que alguns deles são do PT e não devem votar contra a orientação do Palácio do Planalto. Esse quadro de insatisfação generalizada faz com o que o governo evite votações complicadas no Congresso. Se depender da área política do Executivo a reforma do Código Florestal, por exemplo, deve ser votada só no segundo semestre.
Reação
Amanhã, a votação da medida provisória 547, que institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e permite a criação de um sistema de monitoramento e informações sobre desastres, é considerada chave pelo governo para saber com quantos senadores ainda pode contar depois da saída do PR da base aliada e a escolha do peemedebista Eduardo Braga (AM) para liderar os governistas na Casa.
Uma fonte do governo disse que a ordem da presidente é esticar a corda e não dar espaço para as ameaças e pressões dos aliados. Segundo essa fonte, que pediu para não ter seu nome revelado, Dilma não determinou uma ofensiva para conter a gritaria dos aliados, mas está se envolvendo mais nas negociações e aposta que depois de um tempo de acomodação, que pode durar mais algumas semanas, os partidos voltarão a se tranquilizar.
Outra fonte do Executivo disse que não há "pressa para votar nada".
Ao mesmo tempo, Dilma também vai afagar os aliados com recursos, liberando emendas parlamentares já em abril. A decisão é outra tentativa de aplacar parte da revolta dos membros da coalizão, que aguardam a liberação de recursos antes do início da campanha eleitoral em junho.
Outra ação da presidente para se distanciar da ideia de vive uma crise política, é dar mais visibilidade à agenda econômica. Na próxima quinta-feira, por exemplo, ela tem reunião com pesos-pesados da indústria para cobrar mais investimentos privados.
Também nas próximas semanas, Dilma deve anunciar mais uma rodada de estímulos à produção industrial ampliando o programa Brasil Maior, que entre outras medidas cria regimes tributários especiais para setores econômicos estratégicos.
Copyright Thomson Reuters 2011

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.
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