sábado, 29 de novembro de 2014


Congresso quer 'pacote de Natal' de R$ 1,15 bi

Depois de ter passado metade do ano esvaziado em decorrência das eleições, o Congresso prepara um "pacote de Natal" para seus integrantes que resultará em um gasto extra anual de pelo menos R$ 1,15 bilhão.
Na lista, estão o reajuste dos contracheques dos 594 deputados federais e senadores, o aumento na verba que cada um deles pode indicar ao Orçamento da União e a elevação do recurso público destinado a financiar os caixas dos partidos políticos.
Desde o início de 2011, cada um dos congressistas recebe R$ 26,7 mil de salário. A ideia da cúpula da Câmara e do Senado é elevar esse valor para pelo menos R$ 33,7 mil (26% de alta).

Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados
Congressistas durante sessão na Câmara na quarta-feira; recesso começa no fim de dezembro
Congressistas durante sessão na Câmara na quarta-feira; recesso começa no fim de dezembro
O reajuste se aproxima da inflação acumulada no período, mas há articulação para que o valor seja elevado a R$ 35,9 mil mensais (alta de 34%), que deve ser o teto de todo o funcionalismo a partir do ano que vem.
O impacto mínimo para o Congresso nessa segunda hipótese é de R$ 71 milhões ao ano, mas esse número é subestimado já que não leva em conta o benefício de aposentados. Além disso, há um efeito cascata no salário de deputados estaduais e vereadores e salários de assessores.
O argumento apresentado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), é de que o regimento interno da Casa estabelece o dever de que uma legislatura fixe a remuneração da seguinte, para que os parlamentares não atuem em causa própria.
A atual termina em janeiro de 2015. A seguinte, começa em fevereiro.
Mais da metade dos congressistas da atual legislatura, porém, continuará em seus postos na próxima. Além disso, o regimento determina apenas que seja estabelecida a remuneração, sem falar em reajuste ou valores.
Ou seja, nada impede que os congressistas mantenham os atuais valores dos contracheques para os próximos quatro anos.
O reajuste, se aprovado, também valerá para o salário da presidente Dilma Rousseff, de seu vice, Michel Temer, e de ministros de Estado, hoje em R$ 26,7 mil.
EMENDAS
As outras duas mudanças são tratadas na Comissão Mista de Orçamento, que debate a proposta enviada pelo governo para o ano de 2015.
A primeira delas deve elevar de R$ 14,7 milhões para R$ 16,3 milhões o valor que cada um dos 594 deputados e senadores pode incluir no Orçamento da União.
Um dos principais capitais eleitorais dos políticos, as chamadas emendas parlamentares são usadas, geralmente, para bancar obras e investimentos nos redutos eleitorais dos congressistas.
Esse valor extra desejado para as emendas parlamentares soma R$ 977 milhões.
PARTIDOS
Por fim, os parlamentares também querem elevar em cerca de R$ 100 milhões o valor que o governo reservou para o financiamento dos partidos em 2015. O Planalto reservou R$ 289 milhões.
O chamado Fundo Partidário é distribuído mensalmente aos 32 partidos existentes tomando como base o número de votos que eles obtiveram para deputado federal. Ele é, ao lado das doações das empresas, a principal fonte de financiamento das siglas.
A pressão para que a Comissão de Orçamento do Congresso reajuste o valor parte da maioria dos partidos já que aumentou o número de siglas com direito a receber os recursos no ano que vem.
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BONS MENINOS

Congresso Nacional prepara "pacote de Natal" para seus integrantes
  • CONTRACHEQUE Congressistas vão elevar seus próprios salários, atualmente de R$ 26,7 mil. Há duas propostas: R$ 33,7 mil (alta de 26%) ou R$ 35,9 mil (alta de 34%)
  • CAIXA PARTIDÁRIO Comissão de Orçamento do Congresso discute elevar em cerca de R$ 100 milhões o repasse de dinheiro público para financiar os partidos políticos no ano que vem
  • OBRAS Deputados federais e senadores também terão adicional no valor das obras e investimentos que cada um deles pode inserir no Orçamento da União, as chamadas emendas parla-mentares: elas subirão de R$ 14,7 milhões para R$ 16,3 milhões por congressista
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terça-feira, 11 de novembro de 2014

CPMI da Petrobras reestreia sem saber se convoca diretor da estatal

10/11/2014 15:14
Por Redação - de Brasília

Cassação
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) assinou o ‘acordão’

Os senadores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras ainda não sabem se vão convocar o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Sérgio Duque. A decisão será tomada na primeira parte da reunião desta terça-feira, na reestreia da comissão com novo prazo para seguir na investigação das denúncias de Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras que teriam participado do esquema de corrupção na estatal.
A comissão deveria ter seu relatório final votado no fim deste mês, mas isso somente deverá ocorrer no dia 22 de dezembro. Os integrantes da CPI alcançaram na sexta-feira, último dia do prazo regimental, o número de assinaturas necessárias para conseguir a prorrogação dos trabalhos. Era preciso que 27 senadores apoiassem a prorrogação, mas, no momento do protocolo, 31 assinaram.
A CPI da Petrobras do Senado é realizada paralelamente à Comissão Parlamentar Mista da Petrobras, que investiga as mesmas denúncias, mas é composta por deputados e senadores conjuntamente. No entanto, enquanto os membros da comissão mista se reuniram ao longo de todo o recesso branco para ouvir depoentes e votar requerimentos, a CPI do Senado ficou parada desde julho e ainda não retomou os trabalhos após as eleições.
Ambas as comissões investigam denúncias de que empreiteiras que têm contratos com a estatal pagavam propina a diretores da empresa e a partidos políticos. Os desvios foram relatados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, apontado como operador do esquema de lavagem do dinheiro proveniente da corrupção na estatal. Os dois fizeram acordo de delação premiada com a Justiça e alguns depoimentos vazaram para a imprensa.
Acordo criticado
A comissão que investiga o assunto tem sido bombardeada nos últimos dias por fechar um acordo, entre todos os partidos que a integram, para blindar os políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção. A participação dos tucanos, que têm seus principais líderes entre suspeitos de integrar a roubalheira, abriu uma crise no PSDB. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do partido e candidato derrotado nas últimas eleições, ficou irritado com o apoio de integrantes da legenda, especialmente, porque o acordo foi fechado no dia de seu retorno ao Senado, em que discursou defendendo investigação sobre o esquema.
Na sexta-feira, Aécio enviou nota à imprensa para negar que o partido tenha pactuado com “qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigações na CPI”. “Temos de ir a fundo na apuração do chamado ‘petrolão’ e na responsabilização de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filiação partidária. Essa é a posição inarredável do PSDB”, diz a nota.
No acordo, o PT conseguiu barrar convocações consideradas incômodas, como a da senadora paranaense Gleisi Hoffmann, a do ministro, Paulo Bernardo (Comunicações), e a do tesoureiro da sigla, João Vaccari Neto, citados na delação da Operação Lava Jato. Já o PSDB agiu para evitar a ida à CPI do empresário Leonardo Meirelles, apontado como laranja do doleiro Alberto Youssef. Meirelles disse à Justiça que tucanos também receberam propina.
O deputado Carlos Sampaio (SP) representou o PSDB na reunião da CPI, mas negou que a reunião tenha provocado mal-estar no PSDB e disse que não houve acordo para poupar políticos. O que houve, desconversou o tucano, foi a construção de um “roteiro de procedimentos” diante do curto prazo para o fim das investigações. Segundo Sampaio, o roteiro prioriza as apurações relacionadas às empreiteiras e aos diretores da Petrobras suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção.
Entendimento
Alheio à saraivada de críticas ao Parlamento, o presidente da CPMI, senador Vital do Rego (PMDB-PB), agradeceu o empenho dos líderes em fechar o acordo e avaliou que os requerimentos escolhidos e aprovados são essenciais para a investigação.
– Desde a semana passada tentamos alinhavar um entendimento entre os líderes partidários, reconhecendo o volume e a importância dos quase 500 requerimentos a serem deliberados. Ao longo desta semana, iniciamos a produção de um entendimento, que consumamos agora nesta reunião. Quero parabenizar os líderes porque conseguiram, com eficiência, lucidez, serenidade, objetividade, trabalhar um bloco de requerimentos com pedidos de informação e convites e convocações, que são fundamentais – afirmou.
Entre os convocados, estão os sócios das empresas que seriam utilizadas pelo doleiro Alberto Youssef para lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. Para as próximas semanas, estão confirmados os depoimentos da diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, e do gerente de contratos da Petrobras , Edmar Diniz de Figueiredo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PMDB ameaça barrar ida de ministro de Dilma para STF


Cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, virou alvo de líderes do PMDB no Congresso, que trabalham para barrar sua indicação para a vaga aberta com a aposentadoria de Joaquim Barbosa.
Os senadores José Sarney (AP), Eunício Oliveira (CE), Lobão Filho (MA) e seu pai, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ficaram incomodados com ações da Polícia Federal que atingiram líderes do partido durante a campanha eleitoral deste ano.
Eles se queixam da atuação de Cardozo, a quem a PF é subordinada, e sinalizaram ao Palácio do Planalto que seu nome será rejeitado no Senado se a presidente Dilma Rousseff indicá-lo para o STF. Principal aliado do governo no Congresso, o PMDB tem a maior bancada no Senado.
A irritação dos líderes peemedebistas teve início em setembro, quando reclamaram do tratamento dado pela campanha de Dilma ao partido nos Estados. Eunício concorreu ao governo do Ceará e Lobão Filho, ao do Maranhão. Os dois foram derrotados.
OPERAÇÃO LAVA JATO
Os peemedebistas também culparam o Planalto pelo vazamentos de detalhes das investigações da Operação Lava Jato que colocaram integrantes da cúpula do partido entre os suspeitos de receber propina de empresas que fizeram negócios com a Petrobras.
O ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que fez acordo com a Justiça Federal para colaborar com as investigações, apontou Lobão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) entre outros beneficiários do esquema.
Durante a campanha, a PF revistou a mulher de Eunício Oliveira num aeroporto de Fortaleza, antes de ela embarcar num jato executivo rumo a um evento de campanha. Lobão Filho foi abordado pela PF no aeroporto de Imperatriz (MA), também quando se preparava para embarcar numa viagem de campanha com assessores.
Os policiais revistaram o avião, carros e bagagens da comitiva de Lobão Filho. Após o episódio, o vice-presidente da República, Michel Temer, e Renan Calheiros criticaram a atuação da polícia.
O secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, subordinado de Cardozo, chegou a gravar um depoimento para a campanha de Flávio Dino (PCdoB), que derrotou Lobão Filho nas eleições. Como o PT apoiava Lobão Filho, o secretário vetou o uso das imagens.
Os líderes do PMDB ameaçam vetar Cardozo se ele for escolhido por Dilma, mas não estão trabalhando por nenhum outro nome. As únicas vezes em que os senadores barraram nomes para o STF ocorreram no governo Floriano Peixoto (1891 a 1894). No período, o Senado rejeitou cinco indicações para a corte.
DESAVENÇAS
Além da animosidade com o PMDB, o ministro da Justiça também tem desavenças com outro cotado para a vaga no STF, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Durante a operação Porto Seguro da PF, Adams foi surpreendido quando um de seus principais colaboradores na AGU, José Weber Holanda, foi apontado como participante de um esquema de venda de pareceres técnicos.
A situação criou desgaste político para Adams, uma vez que um procedimento investigativo também foi aberto contra ele. O mesmo foi arquivado em agosto de 2013, quando o Ministério Público afirmou que Adams não fez parte do esquema e nada havia contra ele a ser apurado.
A vaga que Dilma tem para preencher no STF foi aberta com a aposentadoria do ex-ministro Joaquim Barbosa, em, julho. Ela não tem prazo para escolher, mas deve fazê-lo até o fim deste ano.
Além de Cardozo e Adams, são cotados para a vaga o professor da USP Heleno Torres, o professor da Universidade Federal do Paraná Luiz Fachin, o ministro do STJ Benedito Gonçalves, o sub-procurador da República Eugênio Aragão, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Côelho.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014


Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil
A bancada do PT na Câmara decidiu hoje (6), durante reunião, que terá candidato à presidência da Câmara para as eleições que ocorrerão no início de fevereiro do ano que vem. O líder da bancada, deputado Vicentinho (SP), disse que os deputados do partido se reuniram para uma avaliação sobre a composição da Mesa Diretora da Câmara, quando, por unanimidade, aprovaram que o partido disputará à eleição para a presidência da Casa.

“Nós teremos um nome para submeter ao plenário para disputar a presidência da Câmara. Para isso, vamos ter um diálogo com todos os partidos, começando pelos da base, os independentes e da oposição, de maneira que a Casa seja bem representada, com independência, sem se situação ou oposição, mas com o papel que cabe ao Parlamento”, disse.

Segundo Vicentinho, na reunião também foi definida uma comissão, que vai dialogar com todos os partidos sobre a sucessão na Câmara. Integram a comissão, os ex-presidentes da Câmara Marco Maia (RS), Arlindo Chinaglia (SP), o próprio líder e os deputados Geraldo Magela (DF) e José Guimarães (CE), que integram a Executiva Nacional do PT.

Perguntado se a comissão vai procurar o deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB, e que tem feito movimentos para ser candidato à presidência da Câmara, Vicentinho desconversou, disse que o PT e o PMDB são partidos do governo e fez uma avaliação sobre a disputa. “Nós jamais vamos concordar com qualquer candidatura que signifique postura de oposição. Como é que vamos ter uma candidatura que tem atitudes contrárias às orientações partidárias, atitudes individuais. Nós aqui somos coletivos”.

O líder petista informou, ainda, que durante o encontro os deputados também fizeram uma avaliação geral sobre várias questões da relação que o partido quer ter. Ele informou que no dia 3 de dezembro ocorrerá um seminário da bancada com alguns ministros para continuarem dialogando sobre o que os deputados pensam.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Aprovação de lei que alivia dívida de municípios é vitória, diz Haddad

Proposta reivindicada por governadores e prefeitos segue para sanção.
Texto reduz juros de dívidas com a União e corrige estoque anterior a 2013.

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta quarta-feira (5) por meio de sua assessoria de imprensa que a aprovação pelo Senado Federal da mudança do indexador das dívidas de estados e municípios com a União é uma vitória da federação e um grande gesto da presidente Dilma Rousseff. A medida não altera de imediato a capacidade de endividamento da Prefeitura, mas a torna solvente no longo prazo e gradativamente recupera sua capacidade de investimento. 
Com a aprovação do projeto, a redução do estoque será de cerca de R$ 26 bilhões (42%). Sem a renegociação, ao final do contrato em 2030, o saldo devedor poderia atingir R$ 170 bilhões, e o comprometimento da receita anual chegaria a 30%, deixando a administração inviável.
“É uma vitória para a federação e um grande gesto da presidente Dilma Rousseff, que foi reconhecido por unanimidade pelo Senado Federal”, afirmou.  Haddad acompanhou a votação no Senado Federal, representando a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).
A proposta, segundo Haddad, corrige uma distorção do contrato original, porque as condições de pagamento que eram favoráveis aos Estados e municípios em 2000, se tornaram favoráveis à União, que tem um custo mais baixo de captação de recursos.
Quando o contrato foi assinado em 2000, a dívida do município de São Paulo era de R$ 11 bilhões. Desde então, já foram pagos mais de R$ 25 bilhões em amortização e juros, e o saldo atinge hoje R$ 62 bilhões.
“A cidade se torna solvente no longo prazo e gradativamente recupera sua capacidade de investimento”, disse o secretário municipal de Finanças, Marcos Cruz.
O projeto não altera, de imediato, a capacidade de endividamento da Prefeitura. Isto porque, o saldo da dívida ainda deixa a cidade próxima aos limites máximos de endividamento máximos definidos pelo Senado (120% da Receita Corrente Líquida).
Atualmente, a administração municipal investe aproximadamente metade que as demais capitais do sudeste (em percentual da Receita e também per capita), apesar de o nível de poupança (antes do pagamento das dívidas) ser superior ao dessas cidades. Porém, com a aprovação da renegociação, será revertido gradualmente o cenário de baixo investimento da última década.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Aécio volta para manter protagonismo

Tucano planeja fazer um pronunciamento incisivo no Senado no qual criticará o governo sem mencionar uma conciliação nacional

Publicado em 04/11/2014, às 07h14


 / Foto: AFP

Foto: AFP



Depois de uma breve temporada recluso na fazenda de sua família em Cláudio, no interior de Minas Gerais, o senador Aécio Neves, candidato derrotado do PSDB ao Palácio do Planalto e presidente nacional da sigla, desembarca hoje (4) em Brasília com uma agenda preparada sob medida para apresentá-lo como líder e porta-voz da oposição à presidente reeleita Dilma Rousseff (PT).
O tucano planeja fazer entre e hoje e amanhã um pronunciamento incisivo no Senado no qual, segundo seus aliados, criticará o governo, sem mencionar uma conciliação nacional. Aécio rejeitará porém, a tese de pedir o impeachment da presidente. Este foi mote de uma série de manifestações em capitais brasileiras realizadas no fim de semana. Na manhã de quarta-feira, Aécio tentará transformar a primeira reunião da direção executiva do PSDB depois da eleição em uma demonstração de força e unidade partidária em torno de seu nome. 
“Será mais que uma reunião, mas um ato político para marcar a volta de um senador que recebeu 51 milhões de votos. Será também a primeira demonstração de que ele encarna a partir de agora o papel de maior líder da oposição nacional”, diz o deputado federal Bruno Araújo, presidente do PSDB pernambucano e membro da direção executiva nacional da legenda.
Além da cúpula partidária, foram convidados para o ato, que acontecerá em um auditório para 300 pessoas no Senado, deputados eleitos e derrotados, governadores e senadores. 
Governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin não estará presente. Ele pediu a Aécio que realizasse outro evento no fim de semana, apenas com governadores aliados.
Apesar da tentativa de demonstrar unidade e de encher seu retorno de simbolismos, o papel do senador mineiro no cenário nacional é relativizado por setores expressivos do partido. 
“Esperamos que ele dê resposta ao que se colheu das ruas, mas não dependemos do discurso de apenas um. Precisamos de mais gente na linha de frente da oposição”, diz o senador reeleito Alvaro Dias, do Paraná.
Para o ex-governador paulista Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB, Aécio é o nome “mais expressivo” do partido nacionalmente, mas seu discurso representará uma “expressão individual”. “A fala dele ainda não será resultado de uma avaliação coletiva”, afirma. 
Em seu retorno, o senador terá que administrar a primeira crise interna da legenda. Setores do PSDB e integrantes da executiva reclamam que não foram ouvidos sobre a decisão da sigla de pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma auditoria do processo eleitoral.
Reservadamente, tucanos classificam a iniciativa como um “tiro no pé” que serviu apenas para dar munição aos petistas que acusam o PSDB de pedir um “3º turno”. Diante do fato consumado, Aécio deve defender a ideia, mas com a ressalva de que reconhece a derrota. 
Esses mesmos tucanos também rechaçam a proposta de se pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff e criticam as manifestações em defesa da volta da ditadura militar.

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