domingo, 30 de março de 2014

Senado terá sessão especial para marcar os 50 anos do golpe de 1964

29/3/2014 17:42
CORREIO DO BRASIL
           Por Redação, com ACS/Senado - de Brasília


Ao invocar o golpe de Estado de 1964, os editorialistas receitavam o antídoto contra a guinada da subversão
Ao invocar o golpe de Estado de 1964, os editorialistas receitavam o antídoto contra a guinada da subversão

O Senado promove, nesta segunda-feira, a partir de 11h, sessão especial para lembrar os 50 anos do golpe de 1964. O pedido para a sessão foi feito pelo senador João Capiberibe (PSB-AP), ele próprio vítima dos anos de chumbo. Segundo o senador, é preciso que os fatos acontecidos há meio século sejam lembrados e repudiados, “para que os jovens nascidos na democracia conheçam a história do seu país e contribuam para o aperfeiçoamento dela”.
Os 21 anos de poder militar, iniciados em 31 de março de 1964, foram marcados por violência, cassação de direitos políticos, censura, repressão e suspensão das eleições diretas para presidente da República e governadores de estado. O golpe, que não foi apenas militar, mas tramado também por setores da sociedade civil, começou a ser desenhado em 1961, com a instabilidade decorrente da renúncia do presidente Jânio Quadros.
Havia nos setores mais conservadores da sociedade, incluindo uma parcela dos militares, o temor de que a posse do então vice-presidente João Goulart empurrasse o Brasil rumo ao socialismo. Uma saída para o impasse político foi a implantação do parlamentarismo, entre 1961 e 1962. O regime presidencialista foi retomado em 1963, após um plebiscito.
À frente do país, João Goulart passou a defender as chamadas reformas de base. Eram mudanças profundas nas legislações bancária, fiscal, urbana, eleitoral, agrária e educacional. Jango defendia ainda o direito de voto para os analfabetos e para os militares de patentes inferiores.
Em 13 de março de 1964, em comício no centro do Rio de Janeiro, diante de cerca de 150 mil pessoas, Jango defendeu as reformas e fez críticas duras aos opositores que, segundo ele, estavam contra o povo. Em resposta, os conservadores promoveram no dia 19 de março a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. As estimativas variam, mas calcula-se que aproximadamente 500 mil pessoas tomaram as ruas de São Paulo para gritar contra “a ameaça comunista”.
A partir daí a tensão política somente se agravou, até o dia 31 de março, quando o general Olímpio Mourão Filho iniciou a movimentação de tropas de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. Começava o Golpe. No dia seguinte, em Brasília, em uma sessão tensa, o Congresso discutiu a deposição do presidente constitucional. A luta entre golpistas e janguistas, entrou pela madrugada e terminou com a chancela do Legislativo à ruptura democrática: o presidente do Congresso, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República, com o argumento de que João Goulart havia deixado o Brasil. Jango, no entanto, estava no Rio Grande do Sul.
O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu a Presidência, à espera do primeiro general-presidente. Em 9 de abril, uma junta formada pelos chefes militares baixou o primeiro dos atos institucionais — instrumentos que davam aparência legal ao regime ditatorial — suspendendo por dez anos os direitos políticos dos opositores e instituindo eleição indireta para presidente da República. Ainda em abril, o marechal Castello Branco foi empossado presidente. Tinha início o maior período de supressão de liberdades políticas da história moderna do Brasil.
Site especial
A Agência Senado preparou um site especial reunindo reportagens sobre os momentos que antecederam o golpe de 1964 e uma série de depoimentos, em vídeo, dos atuais senadores sobre aqueles dias de tensão e sobre a luta pela retomada da democracia. A série, intitulada Memórias do Golpe, apresenta testemunhos pessoais de parlamentares, como Cristovam Buarque (PDT-DF), que chegou a andar com um revólver no bolso depois da intervenção militar. Além disso, o site traz ainda uma linha do tempo com os fatos que marcaram os anos de chumbo.






sexta-feira, 28 de março de 2014

Partidos pressionam a Câmara para votar propostas que Dilma chama de bombas (Josias de Souza) 



Agentes de saúde, que lotaram as galerias em novembro, preparam retorno à Câmara
A Câmara planeja realizar na segunda semana de abril um mutirão para votar projetos encalhados —“esforço concentrado”, no jargão dos congressistas. Responsável pela elaboração da pauta do plenário, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu aos líderes para indicar as prioridades de cada legenda. Foram à lista mais de uma centena de matérias.
A relação traz no topo propostas dispendiosas, que Dilma Rousseff chama de “bombas” fiscais. Entre elas as que instituem pisos salariais para agentes comunitários de saúde, bombeiros e policiais, além da que extingue o fator previdenciário, ferramenta criada sob FHC para impor um redutor nas aposentadorias precoces.
Entre todos os projetos, o que mais mobiliza os deputados é o que beneficia os agentes de saúde. A razão é muito simples: rende votos, muitos votos, algo como 400 mil votos. Integram a corporação cerca de 360 mil agentes de saúde e 40 mil agentes de controle de endemias. Atuam nas equipes do programa Saúde da Família. Visitam lares pobres em pelo menos 5.288 municípios.
O projeto já passeou pelo plenário há quatro meses, em novembro. Sob vaias das galerias apinhadas, Henrique Alves adiou a votação a pedido do Planalto. O pretexto foi uma promessa de negociação. Que não avançou. Líder do PSC, André Moura (SE) diz que os agentes retornarão à Câmara. “Vamos pedir que o presidente da Câmara cumpra a palavra e aceite o pedido dos líderes para pautar esse projeto. Gostaríamos de ter feito acordo com o governo, mas o governo não quis dialogar.”
Líder de Dilma na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) leva o pé à porta: “Existe um arsenal de obstrução muito grande para qualquer segmento que se sentir incomodado – oposição ou governo. Então, acho que o mais prudente é tentar fazer uma pauta de comum acordo.”
O projeto dos agentes comunitários fixa o piso da categoria em R$ 950. No próximo ano, passaria para R$ 1.012. A partir de 2015, seria reajustado conforme a inflação. Os servidores são contratados pelas prefeituras. O Ministério da Saúde já repassa mensalmente aos municípios R$ 950 por cabeça. Porém…
Como não há um piso definido em lei, os prefeitos pagam o que bem entendem aos agentes de saúde. Na maioria das cidades, paga-se o salário mínimo. As prefeituras alegam que a diferença cobre os encargos sociais. Em novembro, chegou-se a alinhavar um acordo.
Previa o seguinte: o piso dos agentes seria de R$ 850. A pasta da Saúde continuaria enviando às prefeituras os mesmos R$ 950 que já repassa hoje. A diferença de R$ 100 seria uma contribuição da União para cobrir os encargos. Desse modo, a conta do Tesouro ficaria do mesmo tamanho.
O problema é que o acordo, que parecia iminente, foi retirado da mesa desde que os agentes de saúde voltaram para casa. Daí a intenção de voltar a encher as galerias da Câmara. Dilma tem diante de si um leque de opções: pode pedir a Henrique Alves que não inclua o projeto na pauta. Se falhar, pode pedir à sua infantaria que obstrua a votação. Se não der, pode vetar o projeto. Mas nessa hipótese, compraria briga com 400 mil votos. Vai encarar? Hummm. Talvez negocie.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Câmara conclui votação do Código de Processo Civil 

Agência Brasil
A nova votação no plenário ocorreu porque foram feitas várias alterações no texto por causa das emendas e destaques aprovados na primeira votação no plenário. O texto aprovado consolida as mudanças feitas, sem qualquer alteração de mérito. Ontem (25), a comissão especial aprovou a redação final da proposta. O projeto original foi elaborado por uma comissão de juristas com o objetivo de desburocratizar e dar rapidez ao andamento de ações cíveis.
O novo CPC tem mudanças significativas em relação ao atual sobre a tramitação de ações civis na Justiça. Ele exclui recursos, elimina formalidades, incentiva a conciliação e cria uma ferramenta para aplicar uma mesma decisão a processos semelhantes.

Tags: cpc, deputados, plenário, projeto, votações

terça-feira, 11 de março de 2014

PMDB da Câmara quer que Executiva Nacional reavalie aliança com o PT

Deputados decidiram submeter o assunto à direção nacional do partido.
Sigla também decidiu ficar independente do governo em votações na Casa.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
Após se reunir a portas fechadas, a bancada do PMDB na Câmara anunciou nesta terça-feira (11) que irá apoiar a convocação da Executiva Nacional da legenda para "reavaliar" a atual aliança com o PT. No encontro, os deputados peemedebistas também decidiram se declarar "independentes" do governo no Legislativo.
Documento lido pelo deputado Fábio Trad (MT) e pelo líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ), afirma que os parlamentares irão "exortar os diretórios estaduais do partido para marcar a convenção". De acordo com Cunha, a posição foi apoiada pela maioria dos integrantes da sigla.
"A bancada quer discutir a qualidade da aliança. Mas a decisão é da convenção nacional", enfatizou Eduardo Cunha.
Nesta terça (11), líderes de partidos da base aliada e do oposicionista Solidariedade fizeram um desagravo ao líder do PMDB durante reunião do chamado "Blocão" – grupo informal integrado por oito legendas para pressionar o Palácio do Planalto em votações na Câmara.
Em uma demonstração de que as insatisfações da base com o Executivo continuam, o bloco decidiu ainda manter o apoio à criação de uma comissão para investigar a Petrobras e quer convocar ministros para prestarem depoimentos em comissões da Câmara.
A relação tumultuada entre Eduardo Cunha e o governo federal está na raiz da maior crise entre o Executivo e a base aliada no governo Dilma. Na semana passada, as relações entre PMDB e Planalto se deterioraram ainda mais quando Cunha defendeu que o partido deveria “repensar” a aliança com o PT. Segundo ele,a declaração foi resposta a supostas agressões do presidente do PT, Rui Falcão, que teria afirmado que a insatisfação do PMDB é motivada pela ambição por mais ministérios.
A presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta segunda (10) com lideranças da sigla no Palácio do Planalto, entre elas o líder do PMDB no Senado e os presidentes da Câmara e do Senado, mas não convidou Cunha. A atitude foi interpretada pela base aliada como uma tentativa de isolar o líder peemedebista.
Em entrevista à imprensa após a reunião com a bancada, Eduardo Cunha reconheceu que existe uma "crise" entre PT e PMDB e destacou que não houve tentativa pelo governo de debater a relação entre os dois partidos.
"É claro que existe uma crise e essa relação não foi discutida. Pelo contrário. Sempre tentaram nos colocar como interessados em cargos. Nós queremos nos desfazer de cargos", disse.
Cunha afirmou ainda que se a presidente Dilma quiser ouvir o PMDB, terá que "conversar com a bancada" do partido na Câmara.  Para Cunha, o PT tem um projeto hegemônico de poder e exclui partidos aliados.
"Há uma insatisfação generalizada com um processo hegemônico feito pelo Partido dos Trabalhadores, que tem prejudicado partidos aliados", afirmou.