sábado, 28 de janeiro de 2012


Peemedebista salva obra superfaturada no RN


Orçada em 241,7 milhões de reais, a construção da Barragem de Oiticica foi colocada sob suspeita pelo Tribunal de Contas da União em agosto de 2011

Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Camara, salvou uma obra superfaturada em 33,2 milhões de reais (Leonardo Prado/Câmara)

Uma operação comandada pelo grupo do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), salvou uma obra superfaturada em 33,2 milhões de reais, que estaria sob a responsabilidade do governo do Rio Grande do Norte, e a pôs sob o controle de apadrinhados do deputado no Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs). Orçada em 241,7 milhões de reais, a construção da Barragem de Oiticica, em Jucurutu (RN), foi projetada e licitada pelo Estado, que assinou, em 2010, contrato com o consórcio formado pelas construtoras EIT e Encalso.
O empreendimento integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e seria tocado com recursos do Ministério da Integração Nacional em convênio com o governo do Rio Grande do Norte. Contudo, o Tribunal de Contas da União (TCU) apurou que os preços estavam inflados e, por meio de uma medida cautelar, determinou o bloqueio de recursos para os serviços em 24 de agosto.
Quase dois meses depois da constatação da irregularidade, em 13 de outubro, o líder do PMDB e o diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, apadrinhado do parlamentar, se reuniram com o vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, e oficializaram, por meio de um ofício, a transferência da verba para o Estado. O repasse seria feito por meio de convênio, a ser assinado com o ministério. Também participou do encontro o deputado Fábio Faria (PSD-RN), filho do vice-governador.
A operação foi abortada em novembro, quando o TCU enviou ao Congresso a lista de obras com recomendação de bloqueio de recursos no Orçamento de 2012, que incluía a barragem. Informado pelo Ministério do Planejamento de que, devido à restrição, a verba não seria liberada em 2012 via ministério, o governo do Rio Grande do Norte negociou com o grupo de Henrique Eduardo Alves uma nova estratégia para salvar a obra.
Saída - O contrato assinado pelo governo foi cancelado e a construção da barragem, agora, ficará sob a responsabilidade exclusiva do Dnocs, que promete licitá-la novamente. A Comissão do Orçamento, então, liberou a obra para receber recursos federais este ano, sob o argumento de que houve "perda de objeto".
Segundo o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte, Gilberto Jales, o líder do PMDB "atuou politicamente" na comissão para que, com a permanência no Dnocs, a obra fosse liberada. Conforme o TCU, o sobrepreço no contrato se deve principalmente ao uso da tabela do Dnocs, em detrimento de outras referências oficiais, para cotar os preços da planilha. O tribunal também constatou restrições à competitividade da licitação devido a critérios inadequados de habilitação e julgamento, insuficiência de recursos orçamentários para a obra e incorreções no formato de reajuste do contrato.
O Dnocs informou que o projeto executivo, encomendado pelo governo do Rio Grande do Norte, será revisado, ao custo aproximado de 100 mil reais, para incluir uma estrutura de controle de cheias. Depois disso, será aberta a concorrência pública.
Procurado, Henrique Eduardo Alves informou, por meio de sua assessoria, que o edital foi cancelado porque estava equivocado. E que, como deputado, atua para viabilizar obras no Estado.
(Com Agência Estado)
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pmdb, rio grande do norte

domingo, 15 de janeiro de 2012

Futuro presidente do Parlamento Europeu acusa Merkel de "prepotência"



Martin Schulz lamenta que a chanceler alemã "dê a impressão de que ordena e manda" na União Europeia.


13:08 Domingo, 15 de janeiro de 2012

O novo presidente do Parlamento Europeu, o socialista alemão Martin Schulz, que assume funções na quarta-feira, afirma que "Angela Merkel faria bem em não dar a impressão que dá ordens na União Europeia".


Numa entrevista à agência Efe, Martin Schulz, eleito por acordo entre o Partido Popular e os Social-democratas europeus, diz "lamentar" que a chanceler alemã "dê a impressão de que ordena e manda".


Schulz, que irá substituir como presidente do Parlamento Europeu o conservador polaco Jerzy Buzek, adianta que "o Governo alemão não dá explicações nem ao seu país nem a Bruxelas quando deveria dar a cara porque foi o país que mais beneficiou por estar na União Europeia".


Cacofonia comunitária


O socialista alemão culpabiliza a "cacofonia comunitária" para fazer frente à crise e "a impossibilidade dos Governos em colocarem-se de acordo apesar de cimeiras infinitas sem resultados".


Para o novo presidente do Parlamento Europeu, "se há divisão dentro da União Europeia é por culpa dos chefes de Estado e de Governo".


Martin Schulz diz que um dos seus principais objetivos da sua nova função será "travar a renacionalização da política comunitária" enfatizada devido à crise e "reconquistar a confiança dos cidadãos europeus na Europa".


O socialista alemão assume a presidência da Eurocâmara num momento em que a Europa está dominada por governos conservadores de direita, com uma possível exceção em França, em que o socialista François Hollande tem a esperança de ser eleito na primavera.


Este panorama não se deve, segundo Schulz, à incapacidade dos governos socialistas de conservar os pilares do Estado e de bem estar em tempos de crise.
Trabalho "não é fácil"


"Os socialistas estão a lutar por manter o bem estar social, são os conservadores que estão a acabar com o Estado com os cortes nos orçamentos", afirma.


Interrogado sobre a falta de medidas de austeridade no Parlamento Europeu, Schulz reconhece que os eurodeputados "são uns privilegiados", mas adverte que o "trabalho não é nada fácil".


O novo presidente do Parlamento Europeu adianta que "não é fácil legislar para 500 milhões de europeus em 27 países e tentar gerir assuntos económicos até à política de imigração ou a luta contra as mudanças climáticas".
Lusa


Palavras-chave  Economia


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