terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Metade dos senadores do PMDB responde a processo no Supremo (Tribuna da Imprensa)

BRASÍLIA- Levantamento na base de dados do Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que dez dos 19 colegas de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) no Senado respondem a processo ou são investigados. No total, a bancada do PMDB contabiliza 13 inquéritos, quatro ações penais e cinco investigações. Em entrevista à 'Veja', Jarbas Vasconcelos afirmou que no PMDB "boa parte quer mesmo é corrupção".

Um dos casos mais adiantados no Supremo envolve o ex-líder do partido no Senado Valdir Raupp (PMDB-RO). Ele foi denunciado pelo Ministério Público por supostamente ter usado dinheiro obtido de empréstimo do Banco Mundial para finalidades distintas das previstas em contrato quando era governador do Estado. Até o momento, seis ministros votaram para que responda a ação penal no STF. Apenas um votou por arquivar a denúncia contra ele. Se aceita a denúncia, será a terceira ação penal que Raupp terá de responder no STF. O senador afirma estar tranquilo em relação ao julgamento, disse ser inocente e que aplicou corretamente os recursos.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), livrou-se recentemente do inquérito mais problemático que corria contra ele no STF graças à morosidade da Justiça. Jucá era investigado por supostamente se utilizar de fazendas inexistentes para obter empréstimo do Banco do Amazonas. O inquérito foi arquivado porque os crimes prescreveram. No STF, Jucá responde ainda a dois inquéritos. De acordo com o líder, os processos são de "cunho político-eleitoral" e fazem parte do jogo político e das disputas com adversários.

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), é alvo de inquérito em que o MP apura se ele teve despesas pessoais pagas por uma empreiteira e se apresentou notas fiscais falsas para comprovar a venda de bois. A denúncia o levou a renunciar à presidência do Senado, em 2007. O inquérito corre em segredo de Justiça. Por intermédio da assessoria de imprensa, Renan afirmou ter ele mesmo pedido ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, a abertura da investigação.

Outro que responde a processos no STF é Wellington Salgado (PMDB-MG), um dos mais engajados na eleição de José Sarney (PMDB-AP) à Presidência do Senado. Em dois inquéritos e duas petições, o senador é investigado porque teria sonegado impostos quando era diretor da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura (Asoec). Salgado não foi encontrado para comentar os casos, mas já disse em outras ocasiões que a dívida foi gerada pelo atraso em duas parcelas do Parcelamento Especial (Paes), programa de refinanciamento de dívidas tributárias.

Além dos quatro, ainda têm pendências com o STF os senadores Garibaldi Alves Filho (RN), Leomar Quintanilha (TO), Edison Lobão Filho (MA), Mão Santa (PI), Neuto de Conto e Gilvan Borges.

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