segunda-feira, 9 de março de 2009

Com Moka e Simone, André mexe tabuleiro para atrair PT



Ângela Kempfer
Agência Câmara
Moka é única certeza para a disputa pelo Senado em 2010.
Tido como administrador exaltado, mas político habilidoso, o governador André Puccinelli (PMDB) começa a mover as peças do seu tabuleiro com vistas às eleições de 2010.

O artifício mais recente do líder peemedebista pôs no centro da discussão a prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet (PMDB), cuja popularidade, até então restrita à região do Bolsão, começa a se expandir para o centro e o sul do Estado.

Nos últimos dias, em pelo menos três ocasiões, o governador tornou público seu desejo de ter a prefeita disputando uma das duas vagas ao Senado. Fontes ouvidas pelo Campo Grande News, entretanto, fazem outra leitura sobre a exaltação de André à Simone.

Segundo um deputado estadual, o objetivo é usar o potencial político da prefeita para atrair o PT. O nome do senador Valter Pereira, que já manifestou intenção de tentar a reeleição, não teria peso suficiente para “botar medo” nos petistas.

Com a possibilidade de o PMDB formar uma chapa forte ao Senado, possivelmente com o deputado federal Waldemir Moka e Simone, o PT se sentiria ameaçado de perder a vaga do senador Delcídio do Amaral, virtual candidato à reeleição. Diante disso, os petistas teriam de aceitar a união com os peemedebistas, garantindo espaço na chapa para senador na eventual aliança com a legenda do governador.

Mas Simone Tebet não ficaria a ver navios, avisa esse mesmo deputado. Ela seria indicada vice de André Puccinelli, ou continuaria à frente da Prefeitura de Três Lagoas, porém, com cacife em constante crescimento, garantindo voos mais altos no futuro.

Essa mexida no tabuleiro – avaliam aliados de André, poderia magoar os tucanos. Mas, preocupado em garantir palanque a José Serra em Mato Grosso do Sul, o PSDB aceitaria o papel de coadjuvante nas eleições estaduais, a exemplo do PT. Ambos – tucanos e petistas – participariam da disputa apenas nas chapas para deputado federal e estadual, em obediência aos respectivos comandos nacionais.

Quase fechado - Deputados estaduais da base governista afirmam que, na cabeça do governador, o tabuleiro para 2010 está praticamente fechado. A única dúvida seria o PT, cuja influência interna do senador Delcídio pode ser decisiva, caso ele mantenha o ex-governador Zeca do PT longe do comando do partido em Mato Grosso do Sul.

Nessa disputa, Delcídio contaria com forças significativas de Brasília, entre elas a da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, potencial candidata à sucessão de Lula.

É que o grupo do ex-governador insiste no lançamento de candidato próprio, em confronto com o Palácio do Planalto, que não pretende criar rusgas com o PMDB nos Estados, o aliado mais cobiçado para a corrida presidencial.

No tabuleiro de André – reitera prefeito peemedebista ouvido pelo Campo Grande News a chapa para o Senado seria encabeçada por Delcídio e Moka, considerado o candidato do PMDB com maior densidade eleitoral para disputar cargo majoritário. De perfil conciliador, o deputado – dizem os aliados do governador, tem trabalhando “direitinho” a fim de pavimentar sua eleição de senador.

Dentro do PMDB, a escolha de Moka para disputar o Senado é dada como certa. O deputado teria, inclusive, o apoio da cúpula nacional do partido, na figura do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, que o considera "um dos melhores quadros do partido no Congresso".

Outro fator que favorece Moka é o fato de ele ter respaldo da maioria dos deputados estaduais e de pelo menos 50 prefeitos de vários partidos e tendências ideológicas.

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